Chega um momento da vida que, se a maturidade é alcançada, aquele afã por reconhecimento progressivamente se esvai. É quando se percebe que nosso papel neste mundo é bem diminuto e o que pode ser afetado por nossos atos e palavras é muito pouco. Neste momento, o vigor juvenil por mudanças dá lugar a simples tentativa de compreensão da existência. Quando, ainda, se tem a graça de conhecer diversas pessoas que podem ser consideradas muito mais capacitadas e muito mais dispostas a fazer as coisas bem melhor do que nós, outro sentimento é encontrado: o alívio da pressão por relevância. E isto traz uma tremenda paz. Então, quando tudo isso é percebido, aquilo que para alguns seria motivo de depressão, para uma pessoa sábia é o ápice da liberdade. Fazer aquilo que acredita que deve ser feito, sem a preocupação obsessiva pela aprovação alheia e sem a boba expectativa de se alcançar tudo, é o ponto culminante de uma vida inteligente. Mas só o encontra quem já experimentou a dureza de uma realidade que praticamente ignora a todos. Certamente, os mais jovens não gostarão disso que escrevi; e que assim seja, afinal, eles vivem no tempo da esperança.