Tentar entender a política apenas como uma disputas de forças, como fazem muitos analistas e articulistas, é inútil. Há, nela, muito mais do que lutas entre ideologias e visões de administração. Há, de fato, uma corrida por poder, que é o que move quase todos os políticos.

Existe quem analisa a política e existe quem faz política. São duas categorias de pessoas completamente diferentes. Aqueles, invariavelmente, são idealistas, acreditam em um mundo melhor, acreditam que há uma ética que dirige o jogo político e que o bem comum deve ser a principal preocupação de quem vive a política. Estes, no entanto, é como se vivessem em um mundo paralelo, onde todas aquelas preocupações dos analista não passassem de conversas de infantes.

A política real é um teatro. Há o palco e há os bastidores. Naquele se apresentam os artistas, com seus discursos que tentam convencer os ouvintes que o que dizem é verdade e que suas preocupações mais importantes são o desenvolvimento e prosperidade da nação. Por trás desse jogo de aparências, porém, há a verdadeira política, com seus conchavos, seus acertos, suas alianças obscuras e seus interesses mais egoístas.

Por isso, tentar entender a política apenas como uma disputas de forças, como fazem muitos analistas e articulistas, é inútil. Há, nela, muito mais do que lutas entre ideologias e visões de administração. Há, de fato, uma corrida por poder, que é o que move quase todos os políticos.

Nesta disputa não há inocentes. Se houver, é extirpado do jogo em bem pouco tempo. Na vida pública, parlamentar e governamental, a sobrevivência depende de muita malícia e jogo de cintura. Nela, o mais bobo dá rasteira em cobra. Não há espaço para escrúpulos exagerados. É por isso que alguns psicólogos afirmam que, na política, boa parte de seus participantes possui algum grau de psicopatia.

É certo que a política é a arte de dirigir as coisas para os fins pretendidos. Os meios, portanto, geralmente são vistos como o caminho a ser percorrido, sem grandes preocupações com suas implicações morais. Na verdade, o que move um político, homem público, é a opinião pública, ou melhor, a opinião daqueles que são seus potenciais eleitores. A única ética que conta é a da manutenção da boa imagem pessoal.

Maquiavel, decididamente venceu! Quase mais nenhum político se sente constrangido pela moral. Não há impedimentos éticos quando a questão é a conquista do poder e seus ganhos acessórios. O político atual se sente limitado somente pela lei. E se ele consegue driblá-la, então, não há mais barreiras para seus intentos.