Eu não confio em quem vive apenas de críticas a um certo tipo de pensamento, mas nunca deixa claro o que realmente pensa. Não acredito em quem demonstra muita coragem para atacar ideias alheias, mas afrouxa quando é instado a revelar as suas.

Isso por que esses críticos, enquanto os adversários coincidirem, podem parecer seus melhores aliados. No entanto, basta os adversários comuns serem derrotados para eles, ao vento das circunstâncias e dos interesses, virarem-se contra você.

E, quando isso acontecer, eles estarão em uma posição vantajosa. Porque a primeira regra da honestidade intelectual é revelar de que lado você está, o que defende, no que acredita. Como esses críticos sem rótulos nunca fazem isso, no momento que eles se virarem contra você terão todas as vantagens estratégicas de quem conhece em detalhes o inimigo, enquanto as características deles mesmos – no que acreditam, o que querem, o que defendem, em suma, seus pontos fracos e fortes – ficam camufladas.

No fim das contas, é muito melhor brigar contra os aloprados ideológicos que, a despeito de toda maldade, pelo menos são o que são, do que contra os falsos aliados, que, no momento que você precisa deles, não os encontra ao seu lado, mas prontos para apunhalar-lhe pelas costas.