Em um ambiente de normalidade, pessoas normais mantêm um certa polidez no falar, evitando o escândalo desnecessário e moderando suas palavras. Porém, quando ocorre uma inversão tal na cultura, que o que deveria ser mera urbanidade torna-se uma ditadura, que impõe o que deve e o que não deve ser dito e, pior, protege as piores indecências enquanto condena meras verdades, a afabilidade acaba servindo apenas para fortalecer essa tirania.

Em tempos quando o politicamente correto impõe-se ferozmente, praguejando contra toda e qualquer manifestação que não coadune com seus estreitos limites falso-moralistas, é o momento de abrir mão da civilidade e dizer as coisas da maneira mais crua possível.

Fazer isso não é apenas uma forma de tentar expressar as coisas como são, mas tem o objetivo de enfrentar a falsidade contrária com uma força condizente.

A raiz do mal se combate com o bem, mas quando o mal já está manifestado, só o uso de uma força equivalente pode derrotá-lo.