Não seja exclusivamente crítico. A crítica costuma ser o abrigo dos incapazes, o instrumento dos invejosos e a máscara dos maus.

O maior problema é que existe um elemento malévolo na crítica: ao apontar um problema que realmente existe, ela adquire uma autoridade que lhe permite enganar os incautos. Basta ver como as pessoas, logo que alguém começa a falar mal de algo, ficam encantadas pelo crítico, tratando-o como especialista sobre o assunto.

O crítico, então, com essa autoridade absorvida, se vê seguro o suficiente para oferecer suas próprias soluções. Nisto reside toda sua periculosidade.

Basta ver como todos os movimentos críticos que se espalharam pelo mundo fizeram exatamente isso: apontaram algo que merecia alguma reprimenda e ofereceram em seu lugar uma mentira. O anti-catolicismo da Revolução Francesa, o anti-capitalismo do marxismo, o anti-monarquismo do movimento republicano – todos eles apontavam problemas reais que existiam, mas o que propuseram em seu lugar foi algo bem pior.

É por isso que devemos ser cautelosos com quem tem sua vida baseada na crítica ou que tudo o que propõe nada mais é do que um contraponto a algo que já existe. A história já mostrou que esses são tipos perigosos que, prometendo acabar com o que, segundo eles, impede o paraíso, oferecem em troca o próprio inferno.