Há duas formas de confronto de ideias para quem se dispõe a debater assuntos políticos ou religiosos. Fazendo analogia com um combate real, as partes podem entrar em uma guerra de canhões ou em uma luta de espadas.

No primeiro tipo de batalha, cada um fica do seu lado, atirando suas bolas de convicção, tentando destruir o adversário pela força. Em um debate assim, cada um lança seus argumentos, desde suas posições seguras, como eles já existem previamente, preocupando-se apenas que atinjam o inimigo com maior impacto. Não há, portanto, precisão, nem exposição. Apenas barulho e impacto. É uma luta covarde e sem honra.

A outra forma de enfrentar um debate é como em uma luta de espadas. Neste caso, cada lado, não apenas precisa treinar bem seus gestos, desenvolvendo os movimentos e a precisão, como precisa analisar o adversário, conhecendo suas técnicas, suas fraquezas e observando sua forma de lutar, para, aí sim, conseguir atingi-lo no ponto certo, causando sua derrota final. Neste tipo, cada parte se expõe para o adversário, se arrisca, entra em um jogo de vida ou morte que para vencer não basta a força, mas a inteligência e a precisão. É o tipo de batalha para nobres corajosos.

Infelizmente, são poucos debatedores que se dispõem à honra do duelo de espadas. O que eu mais vejo são tiros de canhão, barulhentos e a esmo, em um som repetitivo e enfadonho, que causam tédio em meio à guerra.