O que está acontecendo no planeta não é uma mera fatalidade e as reações a tudo isso não são simples reações.
Para entender o que está acontecendo é preciso ter em mente que globalistas são socialistas. Não é por acaso que suas ideias são plenamente absorvidas e propagadas por esquerdistas do mundo inteiro.
O socialismo globalista, porém, não é o ortodoxo, mas de linha mais parecida com aquela pregada pela Sociedade Fabiana. Trata-se de um socialismo reformista e paciente. Também é um socialismo que se adapta às regras mercadológicas vigentes, preocupando-se mais em controlá-las do que em destrui-las.
De qualquer forma, todo globalista é forjado por uma mentalidade socialista. Isso significa que todo globalista acredita e segue os
princípios socialistas.
Assim, as entidades dirigidas por globalistas atuam de acordo com os princípios socialistas.
Um desses princípios é o materialismo dialético, que se caracteriza pela crença de que os fenômenos físicos do mundo estão em uma relação de desenvolvimento entre si, por meio da fórmula tese-antítese-síntese. Assim, o mundo estaria em constante desenvolvimento, sempre na direção do progresso.
Segundo o materialismo dialético, as mudanças são graduais. Há uma evolução constante. Periodicamente, porém, devem ocorrer mudanças mais radicais. São os chamados saltos.
Esses saltos geralmente manifestam-se por meio de grandes crises e revoluções.
No entanto, seria um erro imaginar que todo esse movimento se dá espontaneamente. Sem negar a existência de alguma espontaneidade no desenvolvimento dialético, todo processo também pressupõe a ação humana. Os homens são agentes do progresso dialético.
Em relação aos saltos não é diferente. Há também o elemento humano em sua ocorrência. Principalmente, com o aproveitamento das oportunidades críticas que se apresentam. Portanto, pode-se dizer que esses saltos se dão por crises, que ocorrem pelo desenvolvimento dialético, mas que também são aproveitados, nesse sentido, pelos agentes históricos.
Em resumo: uma boa crise, para a mente socialista, é uma grande oportunidade de mudança. E nesse sentido que se deve entender as palavras de David Rockefeller, quando disse que a crise certa fará surgir a Nova Ordem.
Está claro que estamos diante de um desses momentos-chave. A crise está posta e os agentes estão fazendo de tudo para aproveitá-la ao máximo. O que eles estão fazendo não é apenas reação, não é um mero combate para aplacar uma crise. Eles estão claramente usando da crise para impor toda sua agenda e fazer a humanidade dar um salto em direção do cumprimento de sua utopia.
Opa! Eu não falei que o socialismo globalista “aceita a dinâmica mercadológica, as regras de participação política, e não rompe com a cultura da obediência civil e da defesa da democracia constitucionalista”. Disse que ele se assemelha ao fabianismo e prefere controlar o mercado, em vez de romper com ele.
Sobre o welfare state, leia meu artigo “Renda Mínima Universal e o Estado de Bem Estar Social”
O que este “socialismo globalista” difere da social democracia clássica, eis que aceita a dinâmica mercadológica, as regras de participação política, e não rompe com a cultura da obediência civil e da defesa da democracia constitucionalista? Ou seja, parece não impor rupturas via revoluções/golpes, nem preveem a “estatização” dos meios de produção, nem a abolição da propriedade privada, ou mesmo a representação única de uma classe social (proletariat), etc. Se assim for, parece-me mais uma agenda política que prevê mais igualdade de oportunidades no estilo welfare state europeu, mas não o marxismo stalinista. O seu texto sugere algo amedrontador diate do tom de denúncia, mas não fica claro a força desta ameaça pela forma exposta – exceto pela denominação do fenômeno que atiça a extrema direita década de 70 formada na ESG ou de membros da TFP. Será isso?