A verdade não pode ser uma opção, mas um anseio, uma necessidade. Não obstante, é impressionante como alguns grupos a tratam como algo, muitas vezes, desprezível. Sacrificam-na em favor de suas ilusões, de seus sonhos, de suas convicções, de suas ideologias. Mesmo que tudo mostre como a escolha que fizeram é errada, ainda assim, insistem no equívoco, e se apegam a ele como se não houvesse outra opção. E é exatamente nisto que reside minha dificuldade de filiar-me a qualquer grupo. Eu sinto uma necessidade irremediável de ter-me livre para tentar entender as coisas como elas são e não como determinadas facções dizem que são. Ao pertencer a alguma, acabo tendo duas opções: acato tudo o que o grupo me disser e, com isso, perco a liberdade ou contesto aquilo que percebo equivocado nele e, com isso, passo a ter grandes chances de ser tido por rebelde, por insubmisso. Diante de tudo, me resta um certo isolamento, uma certa independência. Na verdade, ainda prefiro falar o que vejo, o que percebo, o que sinto. Quem ver como eu, ou se convencer do que eu digo, que concorde. Quem não, que discorde. Seja como for, prefiro manter-me fiel a mim.