O maior trunfo do comunismo é ter sido inimigo do nazismo. Como o nazismo tornou-se referência de malignidade, ter lutado contra ele parece que fez dos comunistas automaticamente inocentes. 

É impressionante como as pessoas criticam o nazismo pelos mesmos crimes cometidos por comunistas, mas falam como se o comunismo não tivesse nada a ver com isso, mantendo-o impune ante às consciências.

Comunistas e nazistas foram adversários, de fato. Porém, como irmãos que disputam uma mesma herança. 

Entre as duas ideologias e, principalmente, entre suas praxis, há muito mais semelhanças que diferenças.

Principalmente, naquilo que o nazismo é mais criticado – em sua violência, nas mortes que causou, na forma como perseguiu seus adversários, na maneira como conduziu o Estado, nos genocídios praticados e no jeito como agiu contra a liberdade – o comunismo é tão ou mais culpado.

Da mesma maneira que o Reich de Hitler, os governos comunistas nunca tiveram qualquer apreço pelos direitos humanos ou respeito pela liberdade dos povos. União Soviética, China, Cuba e onde mais os comunistas tomaram o Estado, o terror instaurado não deixou nada a desejar àquele praticado pelos alemães.

Se os nazistas causaram cerca de seis milhões de mortes, os comunistas ultrapassaram facilmente cem milhões; se os nazistas perseguiram minorias, os comunistas, como no caso da Ucrânia, não tiveram pudores em flagelar populações inteiras; se os nazistas tinham seus campos de concentração, os comunistas tinham seus Gulags; se os governos nazistas eram déspotas, os comunistas nunca foram menos autoritários.

Portanto, quem aponta os horrores nazistas como algo a ser sempre lembrado como exemplo daquilo que deve ser combatido não pode fingir que o comunismo não merece o mesmo tratamento.

Afinal, ter sido inimigo do nazismo não faz do comunismo inocente, nem menos malévolo.