Apesar de reconhecer que os meios de persuasão que atuam sobre o inconsciente são mais eficientes que o velho convencimento racional, ainda assim, sempre privilegiei a razão. Sou teimoso e daquele tipo fora de moda que insiste em acreditar que ela é o timoneiro da nossa vida.

Mas confesso: não é fácil ensinar os meandros da lógica argumentativa em um mundo onde o que está em voga são os gatilhos mentais, as provocações subliminares, os instrumentos de manipulação que têm o objetivo de fazer as pessoas agirem sem pensar, consumirem sem refletir, aceitarem sem sequer concordar.

Vivemos a era do ilusionismo, quando nada é o que parece, nem mesmo nossas próprias decisões.

Ainda assim, continuo a defender a inteligência. Afinal, é ela que me faz humano. Sem ela, sou apenas um bichinho domável.