O sujeito espera que Deus interfira miraculosamente em cada situação de sua vida. Porém, não considera o seguinte: cada ato humano, por mais ínfimo que seja, tem influência sobre outras pessoas, formando assim uma uma rede de conexões que pode seguir indefinidamente.

Um atraso em um compromisso, uma rua diferente que se escolha seguir, uma palavra específica que se use em uma conversa interferem nos atos, caminhos e pensamentos dos outros. E estes, ao agirem influenciados, acabam afetando outras vidas também, e assim sucessivamente.

Se isso acontece nos fatos menores, imagine o impacto que têm os fatos mais importantes – que geralmente são o objeto de clamor por intervenção divina – nessa rede de conexões!

Portanto, Deus, para interferir com milagres, precisa considerar não apenas o impacto na pessoa beneficiada, mas em toda a sequência de influências afetada por eles. Obviamente, isso não é impossível para Ele, mas torna o milagre algo bem mais complexo do que um mero presentinho dos céus.

Não vejo problema em pedir por milagres, mas é bom lembrar de todos esses detalhes quando fizer isso.