Nosso espírito exige atividade. Por isso, a indolência não apenas vicia o corpo, mas, principalmente, corrompe a alma. Abandonar-se à preguiça corrói a inteligência porque a desacostuma do pensamento ágil e lógico.

Há quem sonhe com a aposentadoria, crendo que o fim do trabalho será seu tempo de paz. Pode tornar-se, porém, o tempo da guerra interior, quando a ausência de uma atividade métodica destrói a pessoa por dentro.

Eu entendo perfeitamente a frase de Riboulet que diz que “nada mata mais do que não fazer nada”. Viver um dia após o outro, sem objetivo, sem uma missão, sem uma responsabilidade, tira do homem aquilo que o faz humano. O que sobra é apenas o vazio de uma vida sub-animalesca. Afinal, o animal ainda tem o objetivo de sobreviver, enquanto o ser humano civilizado e inerte apenas espera os dias passarem.