Aqueles que mais dizem querer diversidade são exatamente os que não sabem viver sob ela. Mimados que foram por mais de três décadas de uniformidade na linguagem, estão assustados com a constatação de que há ideias fortes e contundentes do outro lado. Pior, ideias que vão ao encontro do pensamento e anseio das pessoas comuns, que sempre foram os leitores de uma imprensa monopolista e que agora começam a migrar para outros veículos independentes.
Não é por acaso que esses velhos escravizadores das narrativas tentam passar a imagem de estar havendo uma radicalização, uma afronta ao debate civilizado. Como eles não sabem viver sob o contraditório, tentam fazer parecer que essa profusão de notícias diferentes não é a mera expressão jornalística livre, mas um ataque à liberdade de expressão.
Enquanto havia apenas as mesmas vozes, em uníssono, falando sempre as mesmas coisas, defendendo as mesma ideias, elegendo os mesmos heróis e criando seus vilões, tudo estava bem. Quando havia uma concentração de ideias, que fazia com que apenas uma visão de mundo fosse exposta, ninguém falava nada. Bastou, porém, pensamentos diferentes e contrários aqueles que sempre foram ditos começarem a aparecer e o esperneio passou a ser geral.
A verdade é que esses que reclamam não querem democracia nenhuma. O que eles querem é o retorno do antigo monopólio. O que eles querem é impedir que ideias diferentes das suas circulem livremente e atinjam, como têm atingido, cada vez mais leitores. Até porque sabem que a força de verdade, que não está do lado deles, é irresistível para a maioria das pessoas.