O funk e os responsáveis pela loucura carioca

funk-cariocaQuando a sociedade chega em um estágio em que a brutalidade deixa de ser um acidente, mas passa a fazer parte do noticiário cotidiano, é um equívoco achar que isso pode ser corrigido apenas com leis mais duras e ação policial mais efetiva.

Eu sou favorável, sim, ao endurecimento das penas e acredito que a polícia deve ter instrumentos mais fortes de ação, mas não me engano quanto à efetividade dessas ações, quando pensadas de maneira isolada.

Pedir maior atuação do governo, sem se preocupar com o problema de fundo, que é cultural, serve apenas para fortalecer o poder estatal, tornando o país cada vez mais próximo de uma verdadeira ditadura.

Aliás, esta é uma tática muito praticada pelas tiranias socialistas: solapar as bases morais de uma sociedade, levando-a à desordem, surgindo, então, como a salvadora da pátria. Incentivam o problema e apresentam a solução. E esta nada mais é do que seu próprio fortalecimento.

Por isso, quando surgem casos como da menina que foi estuprada por mais de 30 bandidos, em um baile funk, não adianta apenas levantar a voz pedindo penas mais duras, castração química, pena de morte e outras formas de endurecimento legal. Estas são medidas necessárias, sim, para a prática da devida justiça, no caso concreto, mas sua implantação não significa que os problemas estarão todos resolvidos. O mais urgente, de fato, é mostrar quem são os maiores culpados. E estes vivem muito além dos ambientes das favelas.

Basta ver quem são os responsáveis pela promoção desavergonhada dessa cultura baixa, como aquela praticada nos bailes funk do Rio de Janeiro, como se fossem a manifestação de uma arte qualquer, e não a exposição de apologias indecentes e criminosas. E estes são, sem nenhuma dúvida, os intelectuais cariocas, os políticos de esquerda, as ONG’s e movimentos sociais, a Rede Globo e o beautiful people que, já há algum tempo, vêm louvando o funk como uma manifestação artística qualquer, promovendo-o e financiando-o sem pudores, omitindo sua real natureza, que é uma forma de fazer propaganda do crime, alistando para suas bases crianças e adolescentes das periferias.

E o restante da sociedade, de uma maneira geral, acaba se tornando também cúmplice disso tudo, ao consumir, sem maiores ressalvas, as músicas, os cantores, os dançarinos e o estilo conhecido como funk carioca.

Depois, quando ocorrem os absurdos, como esse estupro coletivo, querem aparecer indignados, como se o que aconteceu não tivesse nada a ver com eles e fosse um mero acidente em um mundo civilizado. No entanto, a verdade é que crimes como esse não passam da consequência óbvia de uma cultura que vem sendo alimentada por aqueles mesmos que se mostram escandalizados.

Se os estupradores são criminosos, que devem ser identificados e presos, isso não significa que a classe pensante carioca, os políticos de esquerda e os integrantes dos movimentos sociais não tenham nada a ver com isso. Pelo contrário, são eles os responsáveis diretos por essa barbárie.

Enquanto não denunciarmos os culpados intelectuais, desmoralizando-os e expondo-os como os grandes responsáveis pela loucura carioca, a consequência disso será a condenação da sociedade ao lamento diário por mais uma menina vilipendiada em público.