Minha filosofia não é cristã, mas influenciada pelo cristianismo. Não é cristã, mas balizada por ele. Seria cristã se partisse da religião cristã, o que não acontece.
 
Se o que eu penso partisse da doutrina, estaria eu fazendo pura teologia, o que eu não faço. Se minhas conclusões fossem a síntese do ensinamento cristão, não haveria filosofia alguma, só raciocínio doutrinário, o que também não faço.
 
Agora, se tenho o ensinamento cristão como um juiz ou um pedagogo (Clemente de Alexandria), então estou livre para exercer minha filosofia tranquilamente, sabendo que tenho o melhor orientador que o mundo jamais poderia me dar.
 
Não há nisso qualquer pretensão de autonomia, nem negação da fé. Apenas é uma questão de método que, no fim das contas, deságua no mesmo mar eterno.