O exercício dos papéis sociais exige alguma fragmentação. Muitas vezes, precisamos assumir funções e atividades que não são totalmente compatíveis com nossas personalidades e interesses. Isso, obviamente, causa tensões e pode gerar algum tipo de frustração. No entanto, dizer que se deve negar essa fragmentação é algo muito simplista. Ela, geralmente, é uma imposição da realidade social e fingir que ela não existe pode ser mais prejudicial do que seria aceitá-la.
Assumi-la plenamente, porém, também não é uma atitude saudável. Quem faz isso, não se torna muito diferente de um esquizofrênico, que cria diversas máscaras a fim de apresentar-se para os outros conforme as necessidades e as circunstâncias.
O certo é que a melhor maneira de lidar com essa fragmentação inexorável é vivenciá-la com inteligência e consciência, jamais deixando-se absorver por ela, mas, pelo contrário, tendo o pleno controle a partir sua própria personalidade unificada.
O importante é não permitir que esses papéis sociais assumam o lugar da personalidade real e se confundam com ela. O fato é que se alguém pretende manter a sanidade deve viver seus papéis sociais não como se fossem outras expressões de si, nem como outras personalidade, mas como roupas que se vestem, que não negam quem somos e apenas servem como instrumentos para que se possa transitar no meio social com mais desenvoltura.
A personalidade é única, as formas que ela pode usar para se manifestar, múltiplas. O erro ocorre quando confunde-se as duas coisas e as formas assumem ares de personalidade.
A personalidade sempre pode usar de formas específicas para manifestar-se. O que a personalidade não deve esquecer é de quem ela é e não deve jamais permitir que qualquer papel social se torne, de alguma maneira, um substituto para ela.
Faz sentido pra quem passa por isso.
Oi, Rafael! Não me vem nenhuma dica à memória. Vou tentar encontrar algo e lhe informo.
Poderia me ajudar com alguma dica de leitura em relação a esse assunto?