Ao ler meu artigo Arrogância e Hipocrisia na Missão Integral, um leitor me pergunta se há algo errado em ser esquerdista e se Deus levaria em conta alguém ser de esquerda ou de direita.

Tal questionamento é um reflexo de um vício moderno, que é a dissociação que as pessoas fazem entre as palavras e a realidade. Uma expressão, para elas, tem vida própria, desapegada da experiência, sendo apenas um nome e nada mais. Como se ser esquerdista fosse apenas uma declaração de opção política sem qualquer repercussão na realidade, como se isso fosse apenas um rótulo, um título.

entendendo isso, fica claro que a pergunta do leitor indica que eu defendo que Deus julgaria as pessoas pelos grupos políticos a que pertencem e não pelas ideias que acreditam. Como se eu acreditasse que Deus não sonda os corações, mas seu julgamento dá-se baseado na exterioridade da ideia política que o homem professa.

Tal insinuação é quase uma injúria! Apenas alguém muito ignorante pensa assim. É óbvio que Deus não julga ninguém pelo grupo que professa pertencer, nem mesmo pelas ideias que diz ter, mas, sim, pelo que essa pessoa faz e acredita de verdade. Porém, se ser de esquerda significa estar de acordo com a ideias históricas da esquerda, como a defesa do aborto, do feminismo e do casamento gay, aceitar os pressupostos ateístas que estão na base do esquerdismo, e ainda louvar a ação histórica das esquerdas mundiais, que foi a causa da escravidão, morte e perseguição de milhões de pessoas, inclusive cristãos, então ser esquerdista é uma forma bem evidente de abrir caminho para o Inferno.

Se, por outro lado, a pessoa é contrária a essas bandeiras, então ela não é de esquerda.