Em arte, o que chamam de democratização, invariavelmente, transforma-se em vulgarização.

O acesso universal oferecido pelos novos instrumentos permitiu, a qualquer um que se acredite capaz de fazer algo, lançar-se a fazê-lo.

No entanto, como diz Albalat, toda a gente fala, mas nem todos são oradores; a pintura popularizou-se, mas nem todos são pintores; nem todos os músicos fazem óperas.

Talvez digam que isso não importa; que o público saberá selecionar devidamente.

Esquecem-se porém que, em questões de arte e de inteligência, a multidão é incapaz de julgar.

Os novos meios simplesmente criaram uma retroalimentação da estupidez. Pessoas fingem que sabem, outras fingem que entendem, depois fingem que aprovam, e quem fez sente-se ainda mais motivado para continuar fazendo o que jamais deveria ter se metido a fazer.

Por isso, o verdadeiro artista foge do aplauso fácil, pois ele corrompe e desvirtua.

A única aprovação que o artista deve buscar é a da própria arte. A obra tem de ser o juiz, e mais ninguém.