O povão, no Brasil, mas também na Europa, está bem satisfeito com o sustento mínimo que seus respectivos governos estão dando neste tempo de paralisação social. Obviamente, essas pessoas não têm a mínima noção do que isso significa. Por isso, vou explicar resumidamente.

Poucos atentaram para o ovo de áspide escondido no interior do discurso do diretor da OMS, quando ele disse que os países que possuem um sistema social forte podem passar por essa pandemia de maneira mais firme. Nesse discurso encontra-se o objetivo de todos os socialistas: a implantação de um Estado de bem-estar social amplo e definitivo.

Mas não se engane! O Estado de bem-estar social não é o paraíso como os socialistas e fabianos gostam de vender. Pelo contrário, ele é, na verdade, a ante-sala do inferno.

O Estado de bem-estar social apresenta-se como uma alternativa ao liberalismo e ao socialismo. Seria, em síntese, um sistema que alia a economia capitalista, mas com forte atuação do Estado, inclusive com forte regulamentação do sistema econômico, além da oferta de um sistema de previdência bastante amplo.

A ideia do Estado de bem-estar social surge na Alemanha de Bismarck, no final do século XIX. No entanto, foi durante o século XX que sua implantação passou a ser preconizada de maneira mais ampla, principalmente pelos social-democratas.

Na verdade, o Estado de bem-estar social começou a ser promovido como um tipo ideal de sistema estatal. Tanto que praticamente todos os países capitalistas do mundo têm implantado, em algum nível, seus princípios.

Porém, o que geralmente passa desapercebido pela maioria dos analistas é que o sistema de bem-estar social é uma bomba relógio colocada bem no meio do sistema capitalista.
Uma bomba armada por socialistas.

Socialistas são comunistas, na verdade. E o que o comunismo preconiza, desde Marx, não é a destruição pura e simples do capitalismo, mas sua saturação. O que os comunistas esperam é que o capitalismo se auto-destrua.

E aí é que entra a função do Estado de bem-estar social. Ele é feito não para dar uma vida boa para as pessoas, mas para destruir o sistema capitalista desde dentro.

Na verdade, o Estado de bem-estar social é impraticável, pelo menos a longo prazo. Todas as benesses que ele oferece tendem a, cada vez mais, ampliar-se, até o ponto que se torna impossível para o Estado sustentar esse sistema. Acaba chegando, então, um momento que, por causa da impossibilidade de manter o sistema de bem-estar, as convulsões sociais e revoluções tornam-se inevitáveis.

Como as crises são o principal instrumento para impor a virada em favor do comunismo, a existência dessas convulsões sociais oferecem a oportunidade perfeita para isso.

Inflar o sistema capitalista até que exploda é, portanto, o verdadeiro motivo para a existência do sistema de bem-estar social.

Isso ficou muito explícito na estratégia exposta pelos ativistas Richard Cloward e Frances Fox Piven, que, nos anos 60, defendiam ações que sobrecarregassem o sistema público de bem-estar do Estado, com o intuito de gerar crises, a fim de substituir o sistema de bem-estar por um programa de renda anual garantida a todos, para pôr fim à pobreza.

Portanto, tudo o que está acontecendo neste momento, com a paralisação das economias e a dependência ainda maior da população em relação aos serviços estatais, caracteriza-se como uma situação ideal para os objetivos revolucionários: dar andamento ao projeto de substituir o mundo capitalista que ainda vivemos por um bem mais próximo do comunismo.