O revolucionário é um conservador de sua própria concepção revolucionária porque, a partir do momento que ele define o mundo que quer criar, fará de tudo para manter viva essa ideia, mesmo quando os fatos esbofeteiam sua cara com dados que o contrariem.

Se fosse mesmo um revolucionário, não se apegaria às ideologias capengas e ideais desmoralizados. Não teria medo de abandonar doutrinas que já se mostraram fartamente equivocadas.

Mas não! São meros preservadores de seus próprios dogmas, saudosos da visão de mundo herdada de seus antepassados ideológicos, apegando-se a eles como os fiéis mais tacanhas de uma seita.

São tão reacionários quanto qualquer um de seus adversários, não querendo destruir nada – o que seria de se esperar de um revolucionário – senão apenas seus inimigos, para assim poder impor a estagnação que lhe é própria.