Skip to content

Fabio Blanco

Textos sobre filosofia, inteligência e linguagem

Menu
  • Comunicação e Expressão
  • Filosofia e Espiritualidade
  • Sociedade e Cotidiano
  • Cultura e Inteligência
Menu

Somos o que pensamos

Posted on 14/12/201529/04/2018 by Fabio Blanco

Se há uma determinação bíblica para o arrependimento, para a conversão, para a escolha em favor de uma vida virtuosa, de uma vida com fé, isso significa que há, dentro de cada pessoa, a capacidade de decidir seu destino. Portanto, pode-se dizer que o que somos, e o que nos tornamos, é, de alguma maneira, fruto das escolhas que fazemos. E nestas escolhas se encontram, não apenas as atitudes a serem tomadas, as decisões práticas da vida, como a profissão que devo escolher, com quem devo casar ou qual igreja frequentar, mas (e, talvez, principalmente) os conteúdos que serão assimilados no decorrer da existência e que, certamente, irão moldar a forma de pensar, a própria visão das coisas e do mundo.

Por isso, a importância de não ser um personagem passivo na relação com aquilo que será absorvido durante a vida. A pessoa não pode, simplesmente, deixar com que os conteúdos venham até ela, sem qualquer critério, sem que haja uma seleção, sem refletir sobre a conveniência, sobre a utilidade do que está absorvendo. Se o indivíduo é o responsável por sua vida, então essa responsabilidade inclui também aquilo que ele consome e que irá, certamente, refletir em seu próprio caráter.

É por isso que o apóstolo Paulo, em sua carta à Igreja em Filipos (Fp 4.8), aconselha as pessoas a pensar naquilo que é verdadeiro, honesto, puro, amável e de boa fama. Ele insiste que nestas coisas elas devem meditar, nelas devem refletir. E esta não é uma mera determinação moral, mas um aconselhamento prático que, acatado ou não, aí, sim, trará consequências morais óbvias, apesar de diferidas.

Isso porque o que nós pensamos acaba sendo, de alguma maneira, aquilo que nós somos. E o que se encontra nas palavras de Paulo é o reconhecimento de como aquilo que nós absorvemos e recolhemos dentro da nossa mente acaba sendo o que irá definir quem nós seremos.

Nisto, fica evidente a seriedade da escolha que fazemos em relação aquilo que lemos, ouvimos e vemos. E também, obviamente, daquilo que deixamos de ler, ver e ouvir. Porque algumas pessoas acabam acreditando que, se o que absorvemos pode nos prejudicar, é melhor não absorver nada. Grande erro!

O problema é que não assimilar nenhum conteúdo é impossível. Quem não seleciona o que consome, o que absorve, se torna um sujeito passivo, assimilando, ainda que de maneira inconsciente, tudo o que aparece em sua frente. Não há como se fechar às influências externas, para os dados com os quais se deparam cotidianamente. O máximo que se pode alcançar é tornar-se consciente desse processo e tentar separar o que deve ser absorvido daquilo que deve ser rejeitado.

O preceito bíblico aqui trata exatamente dessa capacidade humana de escolher o que pode ser bom e útil, e rejeitar o que é prejudicial. É importante frisar que o texto não trata apenas de rejeição, mas de escolhas. O que o apóstolo aconselha é que as pessoas pensem naquilo que eleva, que conduz a uma vida superior, que aproxima da verdade e de Deus.

No fim das contas, a Bíblia está afirmando que o homem se transforma naquilo que ele pensa. Se pensa em coisas boas e superiores, vai se tornar alguém elevado e superior. Porém, quem enche a cabeça de lixo, não tenha dúvida alguma, que é em lixo que irá se transformar.

 

Relacionado

1 thought on “Somos o que pensamos”

  1. Malu de Oliveira disse:
    15/12/2018 às 20:28

    Excelente! Obrigada.

Deixe uma resposta Cancelar resposta

Posts recentes

  • O HÁBITO DA ESCRITA
  • O PREÇO DO CONHECIMENTO
  • PENSAMENTO CRÍTICO
  • INFORMAÇÃO E INSTRUÇÃO
  • FILOSOFIA PRÁTICA
  • A VONTADE QUE SUSTENTA O MUNDO
  • DEMOCRACIA DOS MORTOS
  • GUERRA CONTRA A RAZÃO
  • POPULISMO ELITISTA
  • LOUCURA DA MODERNIDADE
  • A REVELAÇÃO DA VERDADE
  • BREVE INTRODUÇÃO AO EURASIANISMO IV
  • BREVE INTRODUÇÃO AO EURASIANISMO III
  • BREVE INTRODUÇÃO AO EURASIANISMO II
  • BREVE INTRODUÇÃO AO EURASIANISMO
  • O PREÇO QUE A ORDEM E A SEGURANÇA COBRAM
  • PENSAR COM OS INTESTINOS
  • DEPENDENTES DO PASSADO
  • DIREITO DE DUVIDAR
  • VERDADE SEQUESTRADA
  • A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA
  • TECNOLOGIA E PODER
  • PURITANOS SECULARES
  • ORDEM E CAOS EM UM NOVO MUNDO
  • COMO CHEGAMOS NA PÓS-MODERNIDADE
  • EU NÃO PLANEJO MEUS ESTUDOS
  • POR QUE O SOCIALISMO NÃO FUNCIONA
  • Incentivo forçado
  • O CONSUMIDOR É SOBERANO
  • A LEI DA NATUREZA HUMANA
  • A PSICANÁLISE E O VÍCIO DO OLHAR AUTOCENTRADO
  • COMO NOSSAS EXPECTATIVAS INFLUENCIAM NOSSA REALIDADE
  • O REVOLUCIONÁRIO É UM CONSERVADOR
  • A FELICIDADE NUNCA É PÚBLICA
  • O HOMEM É O LOBO DO HOMEM
  • PRESERVAÇÃO DA NOSSA HISTÓRIA
  • A FRAGMENTAÇÃO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
  • A PERSPECTIVA SUPERIOR DA FILOSOFIA
  • INFORMAÇÃO E INSTRUÇÃO
  • POR UMA FILOSOFIA INTEGRAL
  • O PREÇO QUE A VERDADE COBRA
  • REVELAÇÃO DA VERDADE
  • PRISIONEIROS DA CAVERNA
  • A BUSCA PELA VERDADE
  • FACULDADE DE MARXISMO
  • LINGUAGEM, ARMA POLÍTICA
  • O PROFESSOR REFLEXIVO
  • SOBERANIA DILUÍDA
  • PERMANÊNCIA, A FORÇA DA ESCRITA
  • REVOLTA DA NORMALIDADE
  • O ORDINÁRIO E O MISTERIOSO
  • DEFESA DAS PEQUENAS LIBERDADES
  • LIBERDADE CASUÍSTA OU POR PRINCÍPIO
  • A LINGUAGEM DIVERSIONISTA DOS FRANKFURTIANOS
  • Inocência ou missão
  • O espírito de Frankfurt
  • O PCO e a defesa do indivíduo
  • Mentalidade autoritária
  • Quem o governo representa
  • Inteligência é instrumento
© 2022 Fabio Blanco | Powered by Superbs Personal Blog theme