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De onde virá nossa salvação

Após a II Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como a grande potência mundial, pelo simples fato de ter sido a economia menos afetada por toda aquela confusão.

De lá saiu o Plano Marshall, que socorreu as outras nações, mas que, ao mesmo tempo, consolidou a América como a potência principal do mundo e, portanto, a liderança natural do planeta.

Agora, chegou a hora da vingança. Todos os movimentos geopolíticos paralelos ao combate à pandemia mostram que as economias ocidentais irão sair dela arrasadas, necessitando da ajuda de quem sofreu menos prejuízo com tudo.

E os países que estão saindo fortalecidos, quase incólumes, dessa quebradeira que já se apresenta são exatamente a China e a Rússia.

Portanto, está claro, caso não surja uma solução rápida para a contenção dessa loucura, a quem nos submeteremos nas próximas décadas.

Seremos mera colônia do Partido Comunista Chinês, para a alegria de muita gente aqui no Brasil.

O erro de Zizek

Se um argumento tem como premissa uma interpretação equivocada dos fatos, ele está comprometido. Toda a sequência argumentativa pode estar perfeitamente lógica, mas se sua premissa é falsa ela está errada.

Isso foi o que aconteceu com o filósofo Slavoj Zizek, no chamado debate do século que ele teve com o psicólogo Jordan Peterson.

Em sua crítica ao capitalismo, Zizek partiu da premissa que a China é uma das mais pujantes economias capitalistas do mundo, controlada por um poder central forte: o Partido Comunista.

Assim, o filósofo esloveno concluiu que o capitalismo atingiu seu ápice exatamente por meio de um poder centralizador ditatorial – o que seria uma grande ironia.

Na sequência de seu discurso, toda a crítica que Zizek faz ao capitalismo parte dessa conclusão.

Ocorre que essa é uma falsa conclusão. Simplesmente porque parte da premissa equivocada de que a China é uma das maiores economias do mundo.

Na verdade, em valores brutos, isso pode até ser verdade. Em números absolutos a economia chinesa movimenta valores que ultrapassam a maioria dos países.

Porém, isso não quer dizer nada. A China é um dos países mais populosos da terra e está inserido no mercado capitalista internacional, fazendo uso de mão de obra barata, atraindo diversas empresas para seu território, além de lançar nos mercados os seus produtos de qualidade duvidosa.

Porém, considerando a renda per capita – que é o verdadeiro indicador da riqueza de um país – a China, fica entre o 70° e 80° lugares, segundo os melhores índices medidores desses dados.

Assim, o país asiático está longe de ser um dos mais ricos do mundo. É apenas um dos que movimentam mais dinheiro, o que é algo bem diferente. Sua população, porém, apesar de toda a riqueza que vê passando diante de seus olhos, continua pobre.

Sendo assim, toda a argumentação do filósofo Zizek está comprometida e suas conclusões prejudicadas.

É o que dá racionar com premissas mal pensadas e estabelecidas de antemão.