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Razões Armamentistas – Lição 01 – Armas, um instrumento de igualdade

Quando se pensa em alguém que defende o armamento, logo vem à cabeça aquele tipo apaixonado por armas, colecionador, que conhece todos os tipos e marcas de revólveres e espingardas. Porém, este não é o meu caso. Eu não tenho intimidade alguma com armas, jamais tive uma arma, não possuo qualquer afeição especial por armas e, ainda assim, sou um defensor do armamento do cidadão comum. Na verdade, para defender o armamento, não é necessário ser um apaixonado por armas. Isso porque defender o armamento não é uma questão de gosto, nem dever ser impulsionado pela paixão, mas sim pela lógica e pela análise da realidade e do Direito. Foi assim que cheguei à conclusão que o armamento geral e quase irrestrito é o melhor para uma sociedade civilizada. Digo isso, inclusive, porque além do meu desinteresse pessoal pelas armas, eu ainda defendia uma ideia sobre o desarmamento que me parecia bastante racional, mas que eu percebi estar equivocada. Eu dizia que era a favor do desarmamento desde que fosse possível desarmar a todos. Assim, eu era um armamentista, porém, apenas por entender que era a única opção possível diante da impossibilidade estatal de desarmar a todos, principalmente os criminosos. Claro que, quando eu dizia isso, sabia que estava lançando mão de um recurso retórico, ciente da impossibilidade real daquilo que eu dizia acreditar. Isso me tornava, pode-se dizer, menos um armamentista por convicção do que um armamentista por resignação. No entanto, com o tempo eu fui percebendo que mesmo esta minha posição possuía um equívoco fundamental, que encontrava-se na raiz da concepção que eu possuía em relação à natureza da arma. O fato é que eu apenas conseguia enxergar a arma como um instrumento de agressão – seja de ataque, seja de defesa. Assim, eu concluía que, se outras pessoas possuem acesso a esse instrumento de agressão, para poder defender-me, eu deveria também possuir esse direito. Porém, ainda que essa fosse uma conclusão bastante lógica, escapava-me uma característica essencial das armas que mudava completamente a forma de enxergá-las: o fato delas serem não apenas instrumentos de ataque ou defesa, mas, antes de tudo, de paridade física. Deixando de olhar apenas para sua função material direta, pude perceber sua função social mais ampla: de possibilitar a existência de uma sociedade mais igualitária. O que eu quero dizer é que, considerando que, em relação à força física, as pessoas são diferentes, havendo sempre os mais fortes e os mais fracos, a arma acaba cumprindo o papel de equalizador dessas forças, oferecendo a possibilidade aos mais fracos de colocarem-se diante dos mais fortes não mais como vítimas indefesas, mas como semelhantes. Na verdade, a invenção da arma caracteriza algo típico de uma sociedade civilizada, a saber, a vitória do homem sobre a natureza. Isso porque a natureza, deixada em si mesma, permite que coexistam forças muito desiguais. Em estado natural, sempre haverá homens mais fortes e outros mais fracos e, quase sempre, homens mais fortes que mulheres. A arma, portanto, supera essa imposição natural e permite que homens mais fracos e mulheres possam, minimamente, igualar suas forças em relação aqueles indivíduos naturalmente mais fortes. São as armas que elevam os mais fracos fisicamente a condição de iguais. Até por isso eu entendo que as mulheres deveriam ser as primeiras a defender o armamento. Elas são as maiores beneficiadas por ele. Com uma arma, uma mulher tem bastante diminuídas as possibilidades de sofrer qualquer tipo de abuso. As armas são, portanto, o verdadeiro instrumento de igualdade. Por isso, as armas acabam sendo um instrumento indispensável a uma sociedade civilizada, principalmente para uma democracia. Se a democracia é o sistema político que busca dar a todas as pessoas os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, oferecendo a chance a todos de participar dela de uma maneira razoavelmente igualitária, as armas acabam sendo um instrumento indubitável de sua manutenção. Tanto que a maior democracia do mundo, a dos Estados Unidos da América, foi estabelecida sobre o direito inalienável de seus cidadãos de portarem armas. E este direito, materializado na segunda emenda da Constituição Americana, está arraigada na mentalidade daquele povo. Não é à toa que mesmo com os incessantes ataques ideológicos, ela continua firme e forte, dando sustento à democracia do país que ela sustenta. Na história dos Estados Unidos, as armas cumpriram a função de manter o equilíbrio entre as diversas forças que se impunham dentro de seu território. Forças e idéias tão diferentes, mas que precisavam coexistir e construir juntas uma nação. Nesse contexto, foram as armas que forneceram o fundamento necessário para que isso acontecesse. Por tudo isso, minha posição atual é que as armas são um instrumento indispensável à democracia. Por sua natureza, elas são indispensáveis em  qualquer nação civilizada. Na verdade, a arma é uma criação humana, da mesma maneira que a civilização é uma criação humana e a arma foi exatamente criada de forma a tornar a civilização possível. São os grupos selvagens que estão sujeitos as forças da natureza, onde os mais fortes sobrepõem-se sobre os mais fracos. As armas, portanto, superam isso, tornando, em alguma medida, todos iguais. Ao ponderar todas essas considerações, eu passei a admirar as armas, não como objetos materiais, mas como idéia. Também, não tenho receio algum de afirmar que o direito ao uso de armas, por todos os integrantes de uma sociedade, é algo que deve ser perseguido e defendido por quem trabalha em favor de uma sociedade mais justa e mais igualitária.

Anedotas dos velhos impérios

Permitir que dezenas de pessoas sejam mortas por vagabundos armados com meras facas, simplesmente por proibir seus cidadãos de carregarem suas próprias armas de defesa, deveria ser considerado motivo de vergonha extrema para um país que já foi um Império mundial, no qual o sol nunca morria. A pátria deveria proteger seus filhos, não lançá-los como cordeiros ao matadouro. Na verdade, Inglaterra e França tornaram-se anedotas de si mesmas. Se antes, franceses e ingleses, podiam andar altivos, sabendo que faziam parte de nações que impunham respeito em todo o mundo, agora correm como gazelas, fugindo de qualquer moleque que grite “Allahu Akbar”.

O Espírito Santo, a dependência estatal e o caos

A falta de policiais nas ruas do Espírito Santo grita sobre a nossa dependência em relação ao Estado. Todo o nosso sistema jurídico, social e econômico está montado para deixar-nos completamente à mercê das forças estatais. Tanto que basta termos algum tipo de crise entre os órgãos do governo para, imediatamente, sentirmos falta da atuação pública diretamente em nossa vida.

Claro que isso não significa que o Estado é realmente fundamental. Pelo contrário, ele é o problema. Na verdade, a maioria das dificuldades sociais que enfrentamos são causados pelo excesso de ingerência estatal que, com a alegação de resolver nossas demandas, acaba, de fato, criando muitos transtornos que soluções.

Para quem ainda não percebeu, o que acontece com a sociedade é o seguinte: o Estado toma conta de tudo, impede os particulares de atuarem livremente em diversas esferas, exige burocraticamente sua presença em várias áreas da vida comum e acaba com isso tornando-os completamente dependentes de sua presença e ação.

O problema é que apesar dessa pretensão totalitária, de assumir e invadir quase todos os aspectos da vida dos indivíduos, o Estado é um monstrengo gordo e lento que não tem a mínima capacidade de resolver as demandas das pessoas. Então, em sua voracidade intrometida, atrapalha muito mais que ajuda, impedindo possíveis soluções que os particulares pudessem apresentar para gerenciar as questões sociais.

Então, quando, como no Espírito Santo, ele entra em colapso, abandona aqueles que raptou e deixa-os à mercê dos problemas oriundos de sua atuação burra e ineficiente.

É nesse momento que transparece o quanto a população deixou-se dominar, sem perceber que o Estado era incapacitado de protegê-la. Agora que isso ficou claro, o que resta é, obviamente, o caos.

A autoridade para exigir o desarmamento

DesarmamentoA diferença entre conservadores e esquerdistas, muitas vezes, não está em suas concepções sobre a sociedade, nem sobre seus planos sobre o futuros das nações, mas em algo bastante trivial. Enquanto toda a análise que as esquerdas fazem se baseia em ideologia, os conservadores são apenas práticos.

A questão sobre o desarmamento demonstra isso, claramente. O que os conservadores propõem, em geral, não é um culto às armas, mas apenas a chance das vítimas se defenderem. Não há uma questão ideológica envolvida, mas uma simples análise da realidade. Isso porque, enquanto os esquerdistas defendem o desarmamento pela razão de entenderem, em um plano conceitual, que o Estado deve ter o monopólio da segurança, ainda que isso não seja mais prático, nem mais eficiente, os conservadores, independente de gostarem de armas ou mesmo de possui-las, simplesmente entendem que, por causa dos fatos como se apresentam, o melhor para a proteção das pessoas é que elas possam ter seus próprios meios de defesa. Continue Reading