Saber falar em público não é uma capacidade como aquelas que se agregam ao currículo e que servem mais para ostentação do que para o uso. Não é uma habilidade que se pode adquirir por acréscimo, daquelas que podemos decidir se a teremos ou não.

Há quem pense que aprender a falar em público é um implemento acessório, que pode até ajudar na oferta de outras atividades, mas que não é primordial. Ledo engano! Saber comunicar-se não é complemento, é fundamento. 

Ter a capacidade de se dirigir às outras pessoas, de maneira inteligível, é o requisito básico para o exercício de qualquer atividade. Quem não sabe se fazer minimamente compreensível prejudica tudo o que realiza.

É por isso que há tantos gênios esquecidos e medíocres ovacionados. Estes souberam se fazer compreender; aqueles fecharam-se em sua própria genialidade. 

Não que eu esteja louvando a mediocridade. Apenas quero que fique claro que a capacidade de comunicação suplanta até mesmo deficiências. Imagine, então, o que ela não pode fazer com as qualidades!

Quem fala bem é tido por inteligente – mesmo que não o seja. Quem fala bem é compreendido. E isso ajuda a resolver boa parte dos problemas que surgem. Afinal, é a má comunicação a origem de muitas confusões. Quem fala bem, além de tudo, é mais capaz de tornar real aquilo que pensa. Afinal, quem consegue expressar os conteúdos do pensamento tem mais condições de fazer conhecido o que se quer. 

Sejamos honestos: falar bem é poder. A autoridade é sustentada pela expressão clara e firme. o vacilo, nesse caso, é fatal.

Não há, portanto, porque adiar o desenvolvimento da capacidade de falar em público. Esperar é jogar para um futuro incerto o que é essencial agora.

Aliás, enquanto não se corrigir isso, o futuro sequer virá.