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A Quarta Teoria Política

Desde o século XVIII, utopias e ideologias revolucionárias sucederam-se, constituindo-se invariavelmente de elementos antiliberais e anti-individualistas. Todas elas se levantaram contra as forças do mercado, a autonomia dos indivíduos, a livre competição e a liberdade, de maneira geral. Mostraram-se, invariavelmente, coletivistas e apostaram num sistema social planificado, executado por meio de um poder centralizado, formado por uma elite iluminada.

O professor Alexander Dugin as tem como modelos a serem seguidos, propondo que se dê, de alguma maneira, continuidade ao que elas começaram. No entanto, ele identifica nesses movimentos características modernas, as quais rechaça, propondo que sejam abandonadas. Assim, o Eurasianismo acaba se apresentando como uma espécie de evolução das ideologias predecessoras, porém sem os elementos modernos que as caracterizaram.

O Eurasianismo denomina a si mesmo de Quarta Teoria Política porque, segundo sua interpretação, houve três movimentos políticos anteriores e que, agora, chegou a hora da manifestação do quarto movimento. O primeiro desses movimentos teria sido o liberalismo, que é o que dá origem ao capitalismo e, consequentemente, ao globalismo. Nele, o ator político principal é o indivíduo. Todos as ideologias posteriores vão se levantar contra ele, inclusive, o eurasianismo. Em seguida, viria o comunismo, que se caracterizaria por ser, além de antiliberal e anti-individualista, coletivista. Seu ator político principal é a classe. No entanto, o comunismo, segundo a visão duginiana, teria falhado por ser ateu, materialista e por querer se sobrepor às nacionalidades, por meio de uma união comunista internacional. O próximo movimento seria aquele que o professor Dugin chama de Terceira Via, que nada mais é do que o fascismo que se manifestou na Itália e na Alemanha. Este teria uma característica anti-individualista também bastante forte e isso é louvado no eurasianismo. Seu ator político principal é a nação. O defeito do fascismo, porém, estaria em sua xenofobia e racismo.

Após essas três teorias políticas, a Quarta Teoria Política, representada pelo eurasianismo, seria como uma evolução delas. Na verdade, seria como uma lapidação, principalmente do comunismo e do fascismo. O que o eurasianismo propõe é que simplesmente tome-se as ideias anticapitalistas, antiliberais e anti-individualistas dos dois movimentos anteriores, além de seu coletivismo e de sua índole revolucionária, apresentando uma nova versão ideológica, abrindo mão apenas daquilo que diz ser moderno neles e incompatível com a Tradição.

Fica claro, portanto, que a Quarta Teoria Política nada mais é do que mais uma manifestação revolucionária. Ela possui o mesmo espírito destrutivo dos movimentos ideológicos anteriores. Apesar de afirmar que pretende estabelecer um respeito ao tradicionalismo, propõe o fim do mundo como o conhecemos. À maneira revolucionária, deseja que não se deixe pedra sobre pedra do modo de vida atual (inclusive suas conquistas democráticas e a favor da liberdade do indivíduo), para o restabelecimento de um tipo de sociedade que se supõe ter existido num passado longínquo.

No entanto, que novidade há nisso? Não foi exatamente isso que todos os movimentos revolucionários propuseram? Não é essa crítica à forma de vida contemporânea e o sonho de trazer de volta algo de uma Era de Ouro, quando tudo parecia ser melhor e mais saudável, que estão contidos nos escritos dos socialistas utópicos, desde o século XVI?

Além do mais, apesar do professor Dugin se apresentar com um tipo de apóstolo antimoderno, ele mesmo está tomado de modernismo. Apesar de possuir uma retórica tradicionalista, seus valores basilares são todos modernos. 

Em primeiro lugar, o professor Dugin afirma que sua concepção do indivíduo é absorvida de Heidegger (um filósofo moderno). O sujeito da Quarta Teoria Política deve ser encontrado no conceito heideggeriano de “Dasein” (ser aí/aqui). No entanto, o “dasein” é tipicamente um conceito moderno, pois configura o indivíduo não como um ser metafísico, ontológico, nem individuado, mas como potencialidade, basicamente. É um conceito existencialista, que praticamente despreza o ser enquanto ser permanente – o que não deixa de ser uma compreensão bastante moderna.

Outro conceito defendido pelo professor Dugin é a multiculturalidade. O tempo todo ele reclama da unipolaridade do imperialismo americano e reivindica a dissolução desse etnocentrismo. Porém, isso também é um conceito bem moderno, diferente da perspectiva tradicional que, baseada na centralidade da religião, era mais universalista.

Além disso, o professor Dugin é saudosista de um tempo que não conheceu, mas acredita ter sido superior em diversos aspectos. Porém, essa é outra concepção característica da modernidade que, desde o Renascimento (pré-moderno), busca, de alguma maneira, a restauração de formas antigas. O próprio Rousseau propunha algo desse tipo. Praticamente todos os socialistas utópicos propuseram isso. Hitler propôs isso. Apenas o marxismo tentou evitar cair nesse saudosismo, mas nem ele pôde evitá-lo, quando pensou no comunismo como um sistema de vida semelhante aos tempos primitivos, quando não havia divisão de classes. De qualquer forma, esse saudosismo é mais um elemento moderno existente numa ideologia que se apresenta antimoderna.

Com tudo isso, considero demonstrado que o Eurasianismo (denominado de Quarta Teoria Política) é uma teoria contraditória, pois, apesar de sua retórica tradicionalista, não passa de uma ideologia revolucionária e apesar de seu apelo antimodernista não deixa ele mesmo de ser essencialmente moderno.

Vítima do Projeto Globalista

Na ideologia eurasiana, os Estados Unidos aparecem como os pivôs de um projeto de dominação global, que pretende implantar, no mundo inteiro, seu estilo de vida, seu modelo econômico e sua democracia liberal.

Porém, o eurasianismo entende que esse modelo americano nada mais é do que a expressão do indvidualismo, a encarnação da mentalidade materialista, a manifestação do racionalismo iluminista e a dinâmica da sociedade aberta popperiana.

O eurasianismo conclui, então, que essa exportação forçada do modelo americano representa a corrupção do mundo, com o consequente enfraquecimento das manifestações tradicionais dos povos e fragilização das soberanias nacionais.

O professor Olavo de Carvalho, porém, em sua contestação, lembra, antes de tudo, que o projeto de dominação global, arquitetado por ocidentais, não é o único existente, mas concorre com outros dois, a saber, o Russo-Chinês e o Islâmico.

O projeto Islâmico nada mais é do que uma consequência da própria teologia muçulmana, interpretada politicamente, que convoca seus fiéis a expandir a fé islâmica por todo o mundo, nem que seja à força; o projeto russo-chinês, do qual o eurasianismo é sua expressão mais atualizada, nada mais é do que a continuidade da velha utopia comunista, com algumas adaptações, mas conduzido pelos mesmos personagens – afinal, toda a elite russa é composta por ex-membros da nomenklatura soviética, que saíram da URSS milionários e mais poderosos do que nunca.

Quanto ao projeto de dominação global ocidental, o professor Olavo de Carvalho não nega sua existência, inclusive atribuindo a ele o nome de Consórcio, mas contesta a interpretação do professor Dugin de que esse é um projeto americano. Segundo o professor Olavo, os Estado Unidos, especialmente seu povo, são uma vítima do Consórcio, que os usa – de sua prosperidade e poderio militar – para a consecução de seus próprios objetivos.

Isso porque o americano médio é nacionalista e cristão. Sua cultura é baseada na valorização do indivíduo e em sua proteção contra os poderes deste mundo. A Constituição Americana é totalmente fundamentada nesses princípios, inclusive reconhecendo os direitos dos cidadãos diante de seu próprio governo.

Sendo assim, esse nacionalismo americano acaba sendo um entrave para as pretensões do Consórcio, que são alicerçadas numa ideia coletivista. Os globalistas insistem, por meio dos movimentos que patrocina, que, antes de tudo, importa a coletividade e os interesses do todo. O ambientalismo é o exemplo notório desse tipo de mentalidade, que sufoca o indivíduo em favor de um suposto direito coletivo.

O povo americano configura-se como um obstáculo que os globalistas precisam superar e fazem isso, antes de tudo, tentando corromper sua cultura. Portanto, diferente do que afirma o professor Dugin, não são os Estados Unidos que corrompem o mundo, mas os globalistas, muitas vezes em conluio com outros grupos – inclusive os russos, com a notória infiltração cultural marxista e institucional comunista – que fazem de tudo para corromper os Estados Unidos. O fato é que o projeto globalista esforça-se por sufocar o nacionalismo americano, enquanto usurpa suas riquezas e usa de suas instituições.

Na verdade, todos esses três projetos de dominação: o russo-chinês, o islâmico e o globalista, possuem um inimigo comum: o cristianismo, conforme expressão de fé de pessoas individuais e independentes das forças governamentais. Todos esses projetos expressam um ódio extremo pelo individualismo cristão. Para eles, a fé não pode se ruma expressão do homem em sua individualidade, mas, quando não for simplesmente extinguida, deve servir aos interesses do Estado.

Por isso, não dá para se empolgar com qualquer proposta vinda dos ideólogos russos. Nós que valorizamos a fé individual e a liberdade de consciência não podemos nos iludir com qualquer proposta oriunda de quem acredita que essa autonomia é um problema.

Breve Introdução ao Eurasianismo

Há uma guerra acontecendo, com o potencial de acarretar sérias consequências a todo mundo. Diante disso, acredito ser importante fazer uma análise mais aprofundada sobre as razões ideológicas que existem por trás das ações do governo de Vladimir Putin, e que estão além dos motivos geopolíticos e econômicos declarados.

Nem todo mundo sabe, mas Putin possui como que um conselheiro permanente em assuntos estratégicos. Alexandr Dugin é a mente por detrás de muitas das decisões do presidente russo e o principal responsável por fornecer para o governo uma estrutura ideológica que lhe dê sustentação.

Há dez anos, o professor Dugin – que possui alguns admiradores aqui no Brasil – foi convidado para um debate, por escrito, com o professor Olavo de Carvalho. O debate, então, transformou-se em um livro, chamado “Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial”. Nele, a ideologia duginiana foi exposta e devidamente contraditada pelo professor Olavo. Nas próximas linhas, farei uma síntese daquilo que Dugin expôs, para que possamos começar a entender o seu pensamento.

Segundo o professor Dugin, depois do fim da guerra fria, nasceu uma Nova Ordem Mundial, baseada na cooperação entre os EUA e a URSS. No entanto, com a dissolução desta, os Estados Unidos passaram a buscar o controle hegemônico da política e da economia mundiais. Para isso, eles apostariam em três vias concomitantes: a do Império Americano (da preferência dos neocons), a da unipolaridade multilateral (da preferência dos democratas) e o do simples e direto governo mundial (delineada nas mesas do CFR).

Tudo isso porque, conforme pensa Dugin, os EUA enxergam a si mesmos como o pico da civilização e o fim da história. Com isso, entendem-se obrigados a impor uma ordem global unilateral, tendo seu estilo de vida como o modelo a ser seguido em todo o mundo. Nessa tentativa de imposição, os EUA estariam promovendo um período de transição, que seria a passagem do liberalismo para um tipo de pós-humanismo, com a destruição de qualquer entidade social holística e com a fragmentação e atomização da sociedade.

O que Dugin quer dizer é que os Estados Unidos querem impor o seu estilo de vida, baseado na competição, no individualismo e no materialismo sobre todo o mundo, sufocando as formas mais tradicionais e naturais de existência, dissolvendo as identidades nacionais e desprezando as raízes culturais dos povos.

Porém, explica Dugin, contra essa ordem americana, existem grupos que se opõem, propondo configurações globais alternativas. Um deles seria o mundo islâmico e outro o neo-socialismo. Porém, há também o eurasianismo, o qual o professor representa. O Eurasianismo propõe simplesmente a divisão do mundo em grandes espaços, com a união de nações através da comunidade de valores e princípios. Seria, então, um mundo repartido em blocos ideológicos, cada um possuindo seu próprio estilo de vida e, consequentemente, sua própria maneira de viver, incluindo aí, seu próprio sistema econômico. A proposta eurasiana é o rompimento com a ordem político-econômica global, como ela vem sendo desenhada, para apresentar um modelo alternativo, que, se diz não querer dominar o mundo inteiro, certamente quer ter autonomia para dominar as nações que estiverem sujeitas à sua própria ordem.

Sendo assim, é um objetivo manifesto da ideologia eurasiana fazer com que a Rússia rompa com o sistema global atual. Isso significaria, segundo sua perspectiva, a libertação em relação ao imperialismo americano e uma verdadeira independência daquilo que é considerado por ela como uma imposição de uma forma de vida que é uma afronta às tradições e história russas.

Há diversas teorias que sustentam a ideologia eurasiana e que precisam ser compreendidas com mais profundidade. Por ora, é preciso entender que se trata de uma ideologia revolucionária, com elementos socialistas e fascistas, que tem como objetivo não apenas romper com uma ordem imposta desde fora, mas que pretende criar uma nova ordem, da mesma maneira autoritária.

Totalitarismo da Agenda 2030

A agenda 2030 é um plano de ação, promovido pelas grandes forças globalistas, que promete transformar o nosso mundo (segundo a visão deles) em um lugar quase perfeito. Sua proposta é ousada e, convenhamos, impossível, mas, segundo suas próprias definições, perfeitamente exequível.

Quando lemos as ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável), a primeira impressão que temos é tratar-se de uma redação ginasiana. Sim! O texto, escrito sob a chancela das maiores autoridades globais, soa como um escrito de uma garotinha de 10 anos, que não tem a mínima ideia de como funciona o mundo e sobre a complexidade das coisas.

A proposta da agenda 2030 fala em erradicação da pobreza, em desenvolvimento sustentável, em igualdade de acesso à riqueza, educação igualitária, igualdade de gênero, paz mundial, preservação do ambiente, distribuição de terras, racionamento da distribuição de alimentos e tantas outras coisas que, no papel, podem parecer louváveis, mas que, na prática, não passam de utopia juvenil.

No entanto, é exatamente nessa impossibilidade do proposto que reside todo o perigo. Isso porque a questão não é se o que eles pretendem fazer pode ser feito, mas se eles acreditam que pode ser feito. Porque se eles acreditarem na possibilidade da implantação do que propõem, podem até não conseguir fazer nada do que dizem, mas irão causar bastante problemas tentando.

Até porque tudo o que está desenhado ali exige uma mão forte dos poderes estatais. Subjacente à utopia, está a necessidade de um dirigismo completo, de uma planificação total. Não há espaço para a livre iniciativa, no sentido pleno dessa expressão. O Estado precisa estar presente em tudo, fiscalizando tudo, direcionando tudo.

O totalitarismo da Agenda 2030 é evidente. Nas próprias palavras expostas na apresentação do projeto, fica claro que, na concepção deles, não há espaço para oposição, nem dissensão. Segundo afirmam, o que eles estão delineando é “uma lista de tarefas para todas as pessoas, em todas as partes, a serem cumpridas”. Isso quer dizer que ninguém terá o direito de ficar de fora: nem você, nem eu, nem quem não se sentir empolgado por ingressar nessa viagem.

Aliás, isso não é novidade na história. Após a revolução bolchevique, o que mais a União Soviética experimentou foram seus planos quinquenais, decenais etc. O governo simplesmente decidia que em tantos anos o país tinha de atingir tais e quais metas e, assim, colocava o povo para trabalhar nesse sentido. E quem não concordasse e não quisesse participar desse direcionamento, vocês já sabem…

O que está se apresentando para todos nós com essa agenda 2030 é exatamente a mesma coisa. Os grandes poderes estão tentando enfiar goela abaixo de todo mundo uma proposta de civilização. E, como eles mesmos afirmam, é algo para todos seguirem. A pergunta, portanto, inescapável, é: o que será de quem não quiser segui-la?

Cooptados pela Nova Ordem Mundial

Não há o que se surpreender com as saídas de Sérgio Moro e de Luiz Mandetta (e de outros que provavelmente ainda ocorrerão). Eles não estão necessariamente defendendo seus interesses pessoais. Ainda que possa haver algum projeto privado envolvido, eles, principalmente, se submeteram a poderes maiores que os deles e do próprio presidente.

Uma Nova Ordem Mundial já foi instaurada, e ela anda a passos largos em direção ao aprofundamento de seus objetivos. Suas últimas jogadas é sufocar o que pode haver ainda de focos de resistências pelo mundo.

Os maiores focos dessa resistência estão, em primeiro lugar, nos Estados Unidos (provavelmente, o último bastião relevante de liberdade) e no Brasil (por causa de sua extensão e importância estratégica).

Assim, o que essa Nova Ordem, instrumentalizada principalmente através das Nações Unidas, busca é fazer de tudo para minar o que resta dessa força contrária. Neste momento, a principal estratégia para isso é a cooptação.

Ainda não chegamos na fase da repressão mundial. Portanto, os movimentos ainda são políticos. Assim, o que essa Nova Ordem está fazendo é aliciar peças específicas de dentro desses governos de resistência.

Está sendo assim com o Dr. Fauci, nos Estados Unidos, foi assim com o Mandetta, aqui no Brasil e, claramente, foi com o Moro, agora.

Percebam a forma quase robótica como esses políticos granjeados por esses poderes começam a agir. Eles, basicamente, parecem que se tornam letárgicos diante das determinações absurdas vindas do centro de comando global, além de passarem a repetir, como que em um mantra hipnótico, todas as “verdades indiscutíveis” proferidas pelas autoridades planetárias. Mais ainda: passam a agir, passando por cima de seus superiores nacionais, enfiando goela abaixo do próprio povo aquilo que foi determinado nas salas frias das Nações Unidas.

Quem testemunhou as falas e ações dos dois ministros demitidos pôde constatar isso com uma clareza ofuscante. Ambos parecem ter tido suas almas suprimidas, restando o autômato, repetidor de chavões e de regras impostas desde fora.

Não digo que não haja interesses pessoais envolvidos, mas são exatamente esses interesses que servem de porta para a cooptação.

Portanto, não se espantem com o que está ocorrendo. Provavelmente, estes nem serão os últimos casos. Há, ainda, gente dentro do governo pronta para ser seduzida pelas forças. Melhor: já foram e só estão esperando o convite para deitar no leito da Nova Ordem Mundial.

Cidadãos da Nova Ordem

Ao pensar sobre Nova Ordem Mundial, é comum concebê-la como um poder futuro que, em determinado momento, instaurar-se-á no mundo, impondo sobre os pescoços de todos suas botinas de ferro.

Então, cria-se a ilusão de que estaríamos ainda na fase de luta contra esse projeto. Como se os poderes globais estivessem preparando terreno para a implantação de um governo mundial, que será caracterizado por uma mentalidade nova e por novas formas de relacionamentos sociais.

O que pouca gente se deu conta é que a Nova Ordem Mundial não será instaurada um dia; ela já foi instaurada. Desde que se aprovou que o caminho para a humanidade é transformar o mundo em uma aldeia global e que os pensamentos antigos deveriam ser substituídos por uma nova forma de ver a vida, já foi início dessa nova ordem.

A NOM não é uma imposição com data específica, mas uma implantação gradual de toda uma nova mentalidade e de uma nova forma de relações com os poderes. E isso vem sendo implantado há, pelo menos, cinquenta anos e, todos nós, estamos submersos nela, com nossos corpos e nossas almas.

A cada ano, somos levados a pensar mais segundo seus preceitos, aceitarmos mais os seus princípios, louvarmos mais suas conquistas, cedermos mais às suas imposições.

Só isso explica a letargia mundial diante do que está acontecendo, incluindo daqueles que deveriam estar na vanguarda da oposição – em especial religiosos e conservadores – e a facilidade com que as autoridades estão impondo sua agenda e suas determinações.

Já somos cidadãos da Nova Ordem e o que estamos presenciando é apenas mais um salto para mais ainda dentro dela.

Não se deve confiar na ONU

Estamos há anos reclamando das ações impetradas pela ONU, conscientes de que são frutos de projetos autoritários, convictos de que ela se trata de uma entidade inconfiável e suspeita.

Há evidências mil e muitas provas de que, por trás das Nações Unidas, há grupos muito poderosos ditando os caminhos da humanidade.E isso se estende, obviamente, a seus braços institucionais, como a UNICEF, a UNESCO e também a OMS.

Também são amplamente conhecidas as relações da ONU com a China comunista e as rusgas, quase conflitos, entre ela e os Estados Unidos de Donald Trump.

Apesar de tudo isso, de repente, no momento de maior crise mundial, quando tudo deveria levar para o aumento de desconfiança em relação à ONU e suas agências, as pessoas fazem exatamente o contrário: passam a tomá-la como uma fonte inerrante, não apenas dos dados e informações relativos à epidemia, mas também das ações a serem tomadas por elas – ações que irão determinar seus futuros definitivamente.

De minha parte, prefiro manter-me coerente com aquilo que estudo e constato há, pelo menos, duas décadas e reservo-me no direito de desconfiar de que a ONU não é inocente neste pandemônio que estamos vivendo.

E, por inteligência, prefiro não colocar a minha vida na mão daquela que, na história, já mostrou tantas vezes que não quer necessariamente o meu bem.

Documentário ‘Pandemia’ e o que pode estar por trás do coronavírus

Uma produtora, a Zero Point Zero, com ligações íntimas com a Rockfeller Foundation, produz um documentário chamado Pandemia. Nele, conta a história de uma startup financiada pela Fundação Gates, a Centivax, que vem trabalhando para o desenvolvimento de uma vacina universal e definitiva, criada por meio da biotecnologia, que livrará os povos de qualquer epidemia ligada a qualquer vírus e, talvez, outras doenças mais.

Essa startup precisa de financiamento, então precisa convencer o mundo de que suas pesquisas são a salvação da humanidade. Também é preciso convencer o mundo que essa vacina precisa ser imposta a todos.

Para isso, apresentam, em tom apocalíptico, o risco que estamos correndo. A frase embasadora é: “A questão não é saber como, mas quando”. Segundo eles, uma pandemia, com chances de destruir a civilização, está às portas.

O documentário, então, passa a mostrar a vida dos profissionais ligados ao combate de epidemias: médicos, cientistas, vacinadores, voluntários, epidemiologistas e políticos que, como verdadeiros heróis, lutam para conscientizar a população sobre a necessidade de monitorar, vacinar e combater os focos das doenças. Mostra, ainda, todo o terror envolvido no combate aos vírus, fazendo o espectador ter uma visão catastrófica sobre o que seria uma pandemia.

A solução apresentada pelo documentário envolve o monitoramento quase que individual dos animais (foco principal de epidemias) e dos seres humanos (afinal, nós somos os patógenos, como eles dizem) – algo que apenas uma tecnologia avançada de controle poderia fazer.

Envolve também obrigar as pessoas a vacinarem-se, afinal, apenas as vacinas podem proteger-nos do eminente mal.

Mas toda história tem seus vilões. Os deste documentário são, antes de tudo, aquelas pessoas que, por motivo de consciência, são contra a vacinação obrigatória. Elas são tratadas no filme como obscurantistas, malucas, violentas e irresponsáveis.

Assim, o objetivo da produção é muito claro: convencer que a vacina universal e obrigatória é uma necessidade vital para a civilização e que investir no desenvolvimento dessas vacinas é uma obrigação moral. Além disso, o filme quer convencer que é preciso desenvolver formas de controle total e absoluto, onde cada pessoa deste mundo possa ser monitorada individualmente.

O que torna tudo isso ainda mais intrigante é que este documentário foi filmado durante o ano de 2019 e lançado, pasmem, em janeiro de 2020, quando a epidemia de coronavírus já era uma realidade.

Seus idealizadores sequer podem alegar que foram pegos de surpresa, afinal, como é mostrado no próprio filme: eles tem a capacidade de detectar epidemias já em seus focos animais; o vírus do coronavírus é um velho conhecido deles; além do que, eles têm total noção da força de disseminação de qualquer epidemia já em seus estágios iniciais.

Se nós pensarmos que se o objetivo de quem fez esse documentário é convencer o mundo da necessidade de financiar o desenvolvimento de uma vacina definitiva, que tornaria a gripe um problema superado para sempre, da vacinação obrigatória e do monitoramento individual, então a pandemia de coronavírus é o fato perfeito para isso.

E é bom você saber, também, que, em março, a Centivax informou que já vai começar a fazer testes em seres humanos.

Além disso, desde o ano passado, a China vem desenvolvendo um chip, para ser implantado nas pessoas, capaz de detectar a manifestação de qualquer vírus.

Sendo assim, quem suspeitar que possa haver interesses maiores por detrás da atual epidemia não está tendo delírios conspiratórios. Pelo contrário, ignorar essa possibilidade é que me parece sinal de cegueira deliberada.

Ou ficar a pátria livre

Mais de dois milhões de homens e mulheres morreram na Batalha de Stalingrado. Talvez, para nós, seja um absurdo pensar em um número tão grande de vidas ceifadas em uma única batalha.

Mas eu quero que você pense um pouco: porque pessoas se dispõem a se sacrificar por uma nação, como os russos fizeram naquela luta? Ou por que Winston Churchill negou-se a aceitar a rendição de seu país, apoiado pelo seu povo, mesmo diante da ameaça mortal que estava diante dele?

O que moveu essas pessoas a permanecerem firmes, mesmo ante o inimigo homicida, era a certeza que nenhum esforço era em vão para impedir tornar sua nação vassala de outra.

Esta parece uma noção antiquada às percepções globalizadas das gerações atuais, mas a defesa de sua pátria é um valor inalienável, que todos nós deveríamos preservar.

E o que isso tem a ver com nosso momento atual, diante dessa pandemia?

As pessoas ainda não se deram conta que o resultado de tudo o que estamos fazendo. Elas acham que vamos ficar inativos durante três, quatro meses – se não mais – e depois tudo voltará a ser como antes.

Não! Não voltará!

Os países ocidentais sairão completamente destruídos, empobrecidos, humilhados, desmoralizados. Seremos nações em cacos. Países como o Brasil, que já sofrem com a luta contra a pobreza interna, se tornarão miseráveis.

Restará para nós apenas uma opção: aceitar a ajuda exatamente daqueles que foram os responsáveis por tudo o que está acontecendo: a ONU e a China.

Nos tornaremos vassalos dos chineses. Perderemos nossa soberania. Seremos uma mera colônia, servindo aos interesses e ditames dos Globalistas e do Partido Comunista.

E por que lembrei da batalha de Stalingrado?

Pergunte para qualquer idoso deste país se ele prefere correr o risco de morrer ou prefere ficar protegido, ainda que isso signifique o fim do país que ele vive e a certeza se deixar uma herança de servidão para seus netos (e olhe que estou sendo exagerado, pois os números nem de longe equivaleriam aos da guerra).

De qualquer forma, de todos os velhinhos que eu conheço, tenho certeza que nenhum deles escolheria a primeira opção. Eles sabem que a segurança deles não vale a desgraça de seus filhos.

As pessoas podem não estar vendo isso e achar que o que eu estou dizendo é mera especulação. Mas o futuro que espreita é claro demais para ser ignorado.

No entanto, as novas gerações sequer entendem o que significa o trecho de nosso hino, quando diz “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Para elas, não passa de uma expressão bonita, de uma canção que elas lembram ter ouvido em algum lugar, mas que não fazem a menor ideia qual é.

O que parecia conspiração virou realidade

Acho que já deve fazer uma década quando iniciei um programa na Rádio Vox, chamado A Hora Final. Esse programa entrou em substituição a um outro feito pelo meu amigo Alexandre Costa. Tanto o dele, como o meu, tratavam do mesmo assunto: as questões que envolviam os grandes movimentos geopolíticos e que indicavam a existência de forças metacapitalistas globais que movimentavam a vida, a economia, o comportamento e até a mente das pessoas em todo o mundo.

Eu participei do programa dele, como convidado, e ele do meu, algumas vezes. Acabei, inclusive, prefaciando o seu livro Introdução à Nova Ordem Mundial e escrevendo a contracapa do seu O Brasil e a Nova Ordem Mundial. Já o convidei para dar palestra em minha cidade – que foi ótima, aliás!

O Alexandre é uma das pessoas mais estudiosas dessa matéria, neste país, e ter essa parceria com ele sempre foi um motivo de orgulho para mim. Boa parte do que sei sobre o assunto aprendi com ele.

O fato é que, desde que começamos a falar sobre esses temas, apesar de sempre pautarmos nossas abordagens pelo cuidado de não criarmos teorias conspiratórias desnecessárias e duvidosas, fomos suplantados em número por teóricos da conspiração de todos os tipos. Gente que não tem qualquer método de estudo, mas que tem persistência para debruçar sobre um assunto e acumular um monte de dados desconexos. São desses que jorram as teorias mais fascinantes, atraentes, mas geralmente pouco plausíveis.

Nunca conversei com o Alexandre sobre isso, mas tenho certeza que ele teve a mesma percepção que eu: que tudo aquilo que a gente apontava ficou prejudicado por, muitas vezes, ser colocado no mesmo balaio de gato dos conspiracionistas globais. Por mais que tentássemos empreender análises sérias sobre o tema, sempre corríamos o risco de ser vistos como malucos que enxergam monstros onde nada existe.

No entanto, chegamos aqui, meus amigos, e, de uma hora para outra, tudo aquilo que estudamos parece emergir do mar profundo, como uma baleia-jubarte, que só acreditamos que existe quando ela aparece com seu salto espetacular.

Eu sei que há ainda há muita gente que vai resistir a aceitar a realidade que espreita e outras, mesmo quando essa realidade se impor, vão continuar negando que ela existe, mas o fato é que os grandes poderes deste mundo, nos últimos dias, deram um passo gigantesco na direção de seus objetivos de dominação.