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Geração arrogante

O que mais me assusta nas novas gerações não é sua arrogância em acreditar que podem salvar o mundo, nem sua certeza de que são as portadoras da verdade, mas sua insolência em achar que podem ensinar aos mais velhos o que é certo e errado.

Quando eu era jovem, também fui um tanto rebelde. Acreditava que minha geração podia mudar tudo. Cria que os mais velhos eram opressores e deveriam ser combatidos. No entanto, algo nunca passou por minha cabeça: achar que poderia ensinar algo para aqueles que tinham mais experiência que eu. Na minha mente envenenada, a geração anterior havia se corrompido e meu dever era combatê-la. Porém, era um combate contra um inimigo que eu respeitava, que eu tinha a certeza que era mais forte e mais capaz do que eu.

Hoje, os jovens perderam completamente esse respeito. O que eles estão aprendendo é que as pessoas mais velhas são obtusas, crias de um tempo de trevas, quando nada se compreendia da realidade, quando todos eram racistas, preconceituosos, usuários de uma linguagem distorcida e incapazes de compreender as necessidades da sociedade. Mas, pior que isso, são ensinados que eles são os responsáveis por educar gente de mais experiência sobre o que é correto. Numa completa inversão da natureza, creem que, mesmo sendo crianças, têm o dever de abrir os olhos daqueles que já viveram bem mais do que elas.

Hoje, qualquer adolescente aprende que é capaz de orientar seus pais sobre como cuidar do planeta, o que fazer com o dinheiro, como se dirigir as pessoas, que palavras usar. A juventude está sendo induzida a acreditar que é a responsável por trazer os mais antigos à luz, tirando-os da escuridão da ignorância que sua época lhes legou. Então, testemunhamos menininhos e menininhas dando lições para o mundo. São milhões de Gretas Thunbergs vociferando seu ódio e sua pretensa sapiência. Tudo sob aplausos de quem não percebe o perigo dessa inversão.

Na verdade, sob os falsos aplausos daqueles que sabem muito bem o que estão fazendo, ao usar esses pequenos para que sejam os portadores daquelas velhas ideologias, ainda que camufladas por um novo ornamento. São os mesmos velhos usando as crianças como armas para alcançar os seus mesmos decrépitos objetivos.

Juventude efeminada

Quem vê esse bando de moleques efeminados, que parecem multiplicar-se por aí, logo pensa: “é preciso retomar a masculinidade dessa garotada. É preciso fazê-los virar homens”.

Eu entendo essa preocupação. Homens precisam ser homens e o mundo de hoje parece que os odeia. Porém, o receio de estarmos formando uma geração de maricas está levando muita gente a achar que a solução é promover um retorno a uma macheza grosseira e abrutalhada. Dessa maneira, pensam estar resgatando algum tipo de valor ocidental perdido, alguma forma de virtude esquecida.

Não se enganem, porém: os grandes progressos desse mundo não se deram pela força. A civilização ocidental formou-se muito menos pelos músculos de seus homens do que por suas mentes.

É evidente que os homens precisam ser fortes, corajosos, mas isso nada tem a ver com brutalidade tosca e comportamento grotesco.

A força e a coragem são, antes de tudo, virtudes morais, não físicas. E a vida que vivemos atualmente exige muito mais decisões morais do que físicas. Assim, não adianta ser um bronco corajoso. A coragem em um espírito tosco transforma-se facilmente em ignorância virulenta.

Observe bem: os grandes progressos da civilização deram-se pela inteligência. E cada vez mais é por ela que se vive. Atualmente, são as máquinas que provêm a força do trabalho enquanto as armas cuidam da nossa segurança. O que sobra para os músculos? Quase nada.

O que eu vou afirmar aqui vai assustar alguns conservadores, mas é uma verdade constatada: uma comunidade tecnológica e socialmente avançada sempre vai favorecer a manifestação de personalidades menos masculinizadas.

Isso não quer dizer que o afeminamento seja o ideal. Os meninos precisam, sim, aprender a comportar-se como homens. Porém, ser homem é, antes de tudo, ser moralmente forte e corajoso. E para ser forte e corajoso, em um mundo que exige muito mais refinamento e sensibilidade do que força física, é preciso desenvolver a inteligência.

Não que algum aprimoramento físico não seja útil em algum sentido, mas ele não pode ser prioridade onde se precisa tão pouco dele.

A educação que se deve promover é a da inteligência e da vontade. Os jovens precisam ser fortes não apenas para defenderem-se fisicamente, mas para tomarem decisões difíceis e grandes.

É desse tipo de homem que se faz uma sociedade civilizada.

Idiotices juvenis

Quando eu era menino, tinha minhas ideias esdrúxulas sobre sociedade e politica. Acreditava que daquela mente fértil poderiam sair soluções definitivas para o mundo. Porém, eu possuía uma vantagem em relação aos jovens de agora: aquelas propostas não ousavam, nem podiam, sair do âmbito de minha própria cabeça, quiçá de algum caderninho jamais lido por ninguém além de mim mesmo. Isto foi muito bom para mim e para o mundo. Permanecemos ambos seguros da aplicação de tanta estupidez. Hoje, de forma diferente, qualquer moleque escreve suas idiotices nas redes sociais e todo o mundo pode ler. O pior é que, algumas vezes, são até levados a sério.