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O Verdadeiro Pecado de Adão

Para que alguém seja condenável é necessário que seja, antes, livre para pensar e, portanto, decidir. Sem essa liberdade, seria inimputável, refém de um destino determinado desde fora.

A liberdade, por seu lado, possui o impulso por expansão. Quem pensa quer pensar sempre mais, conhecer sempre mais. Por isso Aristóteles dizia que os homens têm um desejo natural pelo conhecimento. 

O pecado de Adão, considerando que ele era livre, não foi o exercício da liberdade de pensar, mas sua extrapolação. Pecou por reivindicar autonomia e querer entender as coisas por conta própria, tornando-se conhecedor do bem e do mal.

Deus jamais exigiria que os homens abdicassem de sua liberdade de pensar. A ideia sempre foi auxiliá-los no processo de desenvolvimento do conhecimento e da autoconsciência. Mas eles invejaram os deuses e, não contentes em ser livres, quiseram ser soberanos.

A partir do pecado adâmico, a sina humana passou a ser repeti-lo continuamente. A história do pensamento é a história de indivíduos tentando, por si mesmos, desvelar realidade.

Quando, porém, por volta do século XVIII, eles acreditaram estar aptos para concluir sua missão, constataram que eram incapazes de fazê-lo. Perceberam que não podiam confiar em seus sentidos e se conformaram em afirmar a suficiência de seus conteúdos internos.

Com a constatação da incognoscibilidade do real, os homens romperam com ele e lançaram-se numa queda vertiginosa para dentro de si mesmos, onde havia só escuridão e ecos de ruídos fracos e reflexos plácidos do mundo exterior.

Cada um então tornou-se sua própria caverna, com a conscência acorrentada, olhando apenas as sombras da realidade, tratando-as como se realidade fossem. 

A partir dessa penumbra interior, os indivíduos passaram a clamar por resgate. Envoltos em escuridão, esperam que alguém lhes mostre a luz.

O problema é que, incapazes de discernir a origem das ajudas que lhes são oferecidas desde fora, acabam aceitando o socorro das primeiras vozes que lhes parecem fazer algum sentido. Não por acaso, estão sendo constantemente enganados.

Vítima do Projeto Globalista

Na ideologia eurasiana, os Estados Unidos aparecem como os pivôs de um projeto de dominação global, que pretende implantar, no mundo inteiro, seu estilo de vida, seu modelo econômico e sua democracia liberal.

Porém, o eurasianismo entende que esse modelo americano nada mais é do que a expressão do indvidualismo, a encarnação da mentalidade materialista, a manifestação do racionalismo iluminista e a dinâmica da sociedade aberta popperiana.

O eurasianismo conclui, então, que essa exportação forçada do modelo americano representa a corrupção do mundo, com o consequente enfraquecimento das manifestações tradicionais dos povos e fragilização das soberanias nacionais.

O professor Olavo de Carvalho, porém, em sua contestação, lembra, antes de tudo, que o projeto de dominação global, arquitetado por ocidentais, não é o único existente, mas concorre com outros dois, a saber, o Russo-Chinês e o Islâmico.

O projeto Islâmico nada mais é do que uma consequência da própria teologia muçulmana, interpretada politicamente, que convoca seus fiéis a expandir a fé islâmica por todo o mundo, nem que seja à força; o projeto russo-chinês, do qual o eurasianismo é sua expressão mais atualizada, nada mais é do que a continuidade da velha utopia comunista, com algumas adaptações, mas conduzido pelos mesmos personagens – afinal, toda a elite russa é composta por ex-membros da nomenklatura soviética, que saíram da URSS milionários e mais poderosos do que nunca.

Quanto ao projeto de dominação global ocidental, o professor Olavo de Carvalho não nega sua existência, inclusive atribuindo a ele o nome de Consórcio, mas contesta a interpretação do professor Dugin de que esse é um projeto americano. Segundo o professor Olavo, os Estado Unidos, especialmente seu povo, são uma vítima do Consórcio, que os usa – de sua prosperidade e poderio militar – para a consecução de seus próprios objetivos.

Isso porque o americano médio é nacionalista e cristão. Sua cultura é baseada na valorização do indivíduo e em sua proteção contra os poderes deste mundo. A Constituição Americana é totalmente fundamentada nesses princípios, inclusive reconhecendo os direitos dos cidadãos diante de seu próprio governo.

Sendo assim, esse nacionalismo americano acaba sendo um entrave para as pretensões do Consórcio, que são alicerçadas numa ideia coletivista. Os globalistas insistem, por meio dos movimentos que patrocina, que, antes de tudo, importa a coletividade e os interesses do todo. O ambientalismo é o exemplo notório desse tipo de mentalidade, que sufoca o indivíduo em favor de um suposto direito coletivo.

O povo americano configura-se como um obstáculo que os globalistas precisam superar e fazem isso, antes de tudo, tentando corromper sua cultura. Portanto, diferente do que afirma o professor Dugin, não são os Estados Unidos que corrompem o mundo, mas os globalistas, muitas vezes em conluio com outros grupos – inclusive os russos, com a notória infiltração cultural marxista e institucional comunista – que fazem de tudo para corromper os Estados Unidos. O fato é que o projeto globalista esforça-se por sufocar o nacionalismo americano, enquanto usurpa suas riquezas e usa de suas instituições.

Na verdade, todos esses três projetos de dominação: o russo-chinês, o islâmico e o globalista, possuem um inimigo comum: o cristianismo, conforme expressão de fé de pessoas individuais e independentes das forças governamentais. Todos esses projetos expressam um ódio extremo pelo individualismo cristão. Para eles, a fé não pode se ruma expressão do homem em sua individualidade, mas, quando não for simplesmente extinguida, deve servir aos interesses do Estado.

Por isso, não dá para se empolgar com qualquer proposta vinda dos ideólogos russos. Nós que valorizamos a fé individual e a liberdade de consciência não podemos nos iludir com qualquer proposta oriunda de quem acredita que essa autonomia é um problema.

O Preço da Ordem e da Segurança

Muitos sonham com uma sociedade totalmente ordenada e plenamente segura, pois entendem a ordem e a segurança como valores absolutos.

Ninguém pode negar que a ordem e segurança são necessárias, mas quando se tornam absolutas destroem nossa humanidade.

Se tudo está ordenado, tudo é previsível, impedindo a manifestação da criatividade; se tudo está seguro, tudo está sendo monitorado, cerceando completamente a liberdade.

Como a criatividade e a liberdade são expressões da razão e a razão é o que nos faz humanos, pode-se dizer que em um mundo totalmente ordenado e completamente seguro nossa humanidade é mitigada.

Ordem e segurança são necessárias, mas precisam ser temperadas.

Sempre é bom lembrar que o Inferno de Dante era um lugar muito bem organizado e completamente vigiado.

É estranho dizer isso, mas, se quisermos nos manter humanos, precisamos preservar alguma desordem e insegurança.

Defesa das Pequenas Liberdades

Reclamar da perda de pequenas parcelas de liberdade soa como instransigência. Afinal, há certos direitos que, ao abrirmos mão deles, parecem não fazer nenhuma falta. São pequenas liberdades vistas como pequenos luxos que, ao serem retirados, não aparentam suprimir nada de substancial.

No entanto, permitir que pequenas liberdades sejam arrancadas sem um motivo convincente é o que pavimenta o caminho para o totalitarismo. Se não somos capazes de defender nossas liberdades triviais, mesmo aquelas que nos parecem irrelevantes, chegará o dia que todas elas nos serão tiradas.

Logo, a defesa da liberdade não deve ser um princípio, ou seja, não deve variar conforme o conteúdo afetado. Não é porque certo direito não nos é importante e, talvez, nos pareça renunciável, que é certo achar normal ter de abrir mão dele.

Um direito suprimido dificilmente é retomável; uma obrigação imposta dificilmente é retratada. Além disso, a necessidade governamental por impor regras é insaciável e ininterrupta. Por isso, cada lei que suprime liberdades, por menos relevantes essas liberdades nos pareçam, é um passo adiante na longa marcha estatal para dentro do nosso espírito.

Uma pequena liberdade suprimida significa o Estado tirando de nós um pouco do que somos, do que pensamos, do que fazemos, até tornar-nos meros autômatos, seres pasteurizados, formatados para sermos aquilo que os poderes deste século acham que devemos ser.

Por isso, a liberdade a ser preservada não é a liberdade específica, aquela importante segundo a minha perspectiva, mas a máxima liberdade possível e aceitável. Ainda que a liberdade alheia me desagrade, o certo é defendê-la até o fim.

A verdade é que, em um tempo onde nossas liberdades nos são tiradas, não todas de uma vez, mas gradativamente, lutar por cada uma delas é urgente. De fato, esta é a única luta que importa, pois ela representa a verdadeira resistência contra os grandes poderes do nosso tempo.

Liberdade Casuísta ou por Princípio

O problema da liberdade provavelmente é o problema crucial do nosso tempo. Em um mundo complexo, onde as ações humanas inter-relacionam-se cada vez mais, surge constantemente o questionamento sobre o quanto determinadas liberdades individuais podem afetar a vida das outras pessoas.

Certos de que muitas atitudes dos indivíduos afetam direitos alheios, os próprios cidadãos mostram-se ávidos por servir de fiscais do comportamento de terceiros, criando uma sociedade policialesca, onde tem predominado a ideia de que as restrições são necessidades crescentes, a fim de impedir que as pessoas ajam de maneira a prejudicar as outras.

No entanto, a lista do que pode ser considerado prejudicial é imensa. Para cada ato sempre haverá alguém para entender que ele é nocivo e, por isso, deve ser proibido.

A diversidade de opiniões e perspectivas é grande, fazendo com que a quantidade de exigências por restrições também o seja. Assim, as regras multiplicam-se, as proibições intesificam-se, tornando o espaço para a manifestação livre bastante limitada.

A verdade é que todo mundo diz defender a liberdade, mas faz isso geralmente pelos motivos errados. Defendem a liberdade, mas não em relação àquilo que lhes parece desagradável. Nestes casos, não titubeiam em exigir a repressão.

No fim das contas, pouco resta da própria liberdade daqueles mesmos que quiseram impedir que o que não lhes agradava pudesse ser realizado. Isso porque da soma de todas as exigências de restrições o resultado seja que quase nada seja permitido.

Essa é a diferença entre a defesa da liberdade por princípio ou de maneira casuísta. O defensor casuísta considera que o que não lhe agrada deve ser impedido. Quem defende a liberdade por princípio, por outro lado, tem consciência de que não é porque algo lhe pareça prejudicial deva ser proibido.

No fundo, um defensor, por princípio, da liberdade sabe que uma proibição aplicada hoje pode ser-lhe agradável, mas também pode se tornar a desculpa para que alguém requisite que uma liberdade sua seja restringida também amanhã.

Por isso, todo mundo deveria defender a liberdade, antes de tudo; a proibição deveria ser exceção. No entanto, acontece exatamente o contrário, principalmente porque quase ninguém consegue perceber a implicação disso em sua própria vida.

São em meio à insanidade universal

Falar contra a unanimidade não é para qualquer um. Dá um desânimo, às vezes. Você tenta mostrar que as coisas não são exatamente como a mídia mostra ou como os governos tentam fazer parecer, mas a sensação é de estar clamando no deserto.

Em momentos de crise, quando parece que todo mundo está submerso no medo, submetendo-se bovinamente a qualquer tipo de determinação que prometa sua proteção, ainda que isto atente contra sua dignidade, ser uma voz dissonante é um grande desafio.

A impressão que se tem é de que estamos fazendo alguma coisa errada. Porque não é possível que o mundo inteiro pense de uma maneira e apenas eu e mais alguns malucos enxerguem a situação de uma maneira diferente.

Às vezes, até vacilamos ante o pânico generalizado. Afinal, ninguém é de ferro e se manter o tempo todo contra o fluxo da multidão não é tarefa fácil.

Por isso, a importância de tomar algumas precauções para não ser enredado pela histeria generalizada. Também a urgência de possuir alguns entendimentos para não cair em qualquer narrativa que lhe contem.

Para tanto, vou compartilhar algumas medidas profiláticas (que nada têm a ver com lavar as mãos, trancar-se em casa e usar máscaras), as quais, desde o início dessa pandemia, tomei e tem me ajudado e me manter são em meio à insanidade universal.

Desde o início, notei que as notícias eram muito desencontradas e que havia, além de tudo, muitas omissões e desinformações. Diante disso, a primeira providência que tomei foi diversificar minhas fontes de informações. Com isso, evitei ser guiado por uma visão única sobre os fatos, apenas.

Outra providência foi desconfiar de mim mesmo, pois este é um princípio que carrego comigo o tempo todo. Eu sabia que se me expusesse, ininterruptamente, às notícias alarmistas e às manifestações histéricas haveria uma grande possibilidade disso me contaminar. Assim, não tive dúvidas em silenciar toda fonte de manifestações que não fosse objetiva. Falou em linguagem apocalíptica ou aterrorizante, bloqueei ou deixei de seguir.

Havia, com isso, o risco de eu me fechar em uma bolha, alimentando-me apenas daquilo que corroborava minhas primeiras impressões. Para evitar essa situação tentei identificar aquelas fontes de informações que, independentemente da linha de raciocínio que seguiam, transmitissem seus dados da maneira mais fria e objetiva possível.

Cuidei, ainda, para não cair em um tipo de dissonância cognitiva, descrita por Leon Festinger, e sobre a qual eu explico mais detalhadamente em meu
texto “Espontaneidade Fabricada” (que pode ser encontrado em meu blog) que, em síntese, ocorre quando, ao ser obrigado a falar ou fazer algo, durante um tempo, que seja contra suas convicções íntimas, a pessoa começa a inclinar-se a adaptar essas convicções ao discurso ou ação a que é obrigada a fazer. Por esse motivo, evitei seguir as regras e os padrões impostos no momento. Não por mera rebeldia, mas exatamente para não assumir uma linha de conduta que pudesse influenciar as convicções que eu adquiria por meio dos dados que colhia.

Por fim, não tive receio de expor o que eu pensava. Isso porque, apesar de saber que essa atitude atrairia oposições, também tinha convicção de que outras pessoas, que viam as coisas como eu estava vendo, iriam aparecer e ajudariam-me a me manter firme. Fiz isso por acreditar que quando percebemos algo, dificilmente somos os únicos a perceber aquilo. Pelo contrário, certamente muitos outros já perceberam aquilo também.

O fato é que nunca é fácil posicionar-se contra o que se parece um consenso universal. Ser tido por louco, neste caso, é o mínimo que acontece. No entanto, a liberdade que se adquire e a sensação de independência que isso proporciona são incomparáveis.

Experimente!

Ou ficar a pátria livre

Mais de dois milhões de homens e mulheres morreram na Batalha de Stalingrado. Talvez, para nós, seja um absurdo pensar em um número tão grande de vidas ceifadas em uma única batalha.

Mas eu quero que você pense um pouco: porque pessoas se dispõem a se sacrificar por uma nação, como os russos fizeram naquela luta? Ou por que Winston Churchill negou-se a aceitar a rendição de seu país, apoiado pelo seu povo, mesmo diante da ameaça mortal que estava diante dele?

O que moveu essas pessoas a permanecerem firmes, mesmo ante o inimigo homicida, era a certeza que nenhum esforço era em vão para impedir tornar sua nação vassala de outra.

Esta parece uma noção antiquada às percepções globalizadas das gerações atuais, mas a defesa de sua pátria é um valor inalienável, que todos nós deveríamos preservar.

E o que isso tem a ver com nosso momento atual, diante dessa pandemia?

As pessoas ainda não se deram conta que o resultado de tudo o que estamos fazendo. Elas acham que vamos ficar inativos durante três, quatro meses – se não mais – e depois tudo voltará a ser como antes.

Não! Não voltará!

Os países ocidentais sairão completamente destruídos, empobrecidos, humilhados, desmoralizados. Seremos nações em cacos. Países como o Brasil, que já sofrem com a luta contra a pobreza interna, se tornarão miseráveis.

Restará para nós apenas uma opção: aceitar a ajuda exatamente daqueles que foram os responsáveis por tudo o que está acontecendo: a ONU e a China.

Nos tornaremos vassalos dos chineses. Perderemos nossa soberania. Seremos uma mera colônia, servindo aos interesses e ditames dos Globalistas e do Partido Comunista.

E por que lembrei da batalha de Stalingrado?

Pergunte para qualquer idoso deste país se ele prefere correr o risco de morrer ou prefere ficar protegido, ainda que isso signifique o fim do país que ele vive e a certeza se deixar uma herança de servidão para seus netos (e olhe que estou sendo exagerado, pois os números nem de longe equivaleriam aos da guerra).

De qualquer forma, de todos os velhinhos que eu conheço, tenho certeza que nenhum deles escolheria a primeira opção. Eles sabem que a segurança deles não vale a desgraça de seus filhos.

As pessoas podem não estar vendo isso e achar que o que eu estou dizendo é mera especulação. Mas o futuro que espreita é claro demais para ser ignorado.

No entanto, as novas gerações sequer entendem o que significa o trecho de nosso hino, quando diz “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Para elas, não passa de uma expressão bonita, de uma canção que elas lembram ter ouvido em algum lugar, mas que não fazem a menor ideia qual é.

Vida de verdade

Quem deseja experimentar a vida e deixar que ela ofereça o que ela tiver para dar precisa aprender a relevar certa bagunça, a permitir certa desordem. A verdadeira vida existe em meio a algum caos. Não é à toa que uma das casas mais limpas e organizadas que visitei – onde não havia um pequeno souvenir fora do lugar – era também a mais triste. Depois descobri que todas as três pessoas que viviam ali sofriam de depressão – sim, as três!

Os objetos esquecidos pelos cantos, os pequenos desleixos, os brinquedos espalhados pela casa, os livros deixados sobre os móveis, a reforma a se fazer, a louça a se lavar, a cama a se arrumar – tudo isso, em certa medida, faz parte de uma vida real e indica que existem pessoas reais morando ali. São detalhes que irritam, às vezes, mas, ao mesmo tempo, dão colorido à existência e lembram que somos gente de verdade, vivendo uma vida de verdade.

Conquista da liberdade

Uma das ideias mais confusas na mente das pessoas é a relativa à liberdade. Em tempos quando todos acreditam poder requerer tudo e os direitos são mais perseguidos que as obrigações, acreditam-se livres por natureza e exigem que sua liberdade seja respeitada por todo mundo, senão concedida pelos poderes terrestres.

Se observarmos bem, porém, constataremos que, naturalmente, não somos absolutamente livres. Temos apenas um relativo controle sobre nossos atos e pensamentos, mas estamos bem limitados inclusive neles, pelo ambiente que nos cerca, pela sociedade na qual vivemos e principalmente pelas nossas próprias tendências primordiais, que é decaída e tende ao inferior.

Seria bom que as pessoas entendessem que, se querem ser livres, não é reclamando por liberdade que a conquistarão. Como diz Jules Payot, “ninguém é livre se não merece ser-lo. A liberdade não é um direito, nem um fato, mas uma recompensa“.

Só é possível ter liberdade direcionando a própria vida, metodicamente, para conquistá-la. É pelo exercício da consciência e pela prática que é possível obtê-la. É pelo abandono sistemático e determinado dos grilhões que nos prendem que a alcançamos, progressivamente.

Ninguém nasce livre, mas vai se libertando com o tempo. Se bem que, o que mais eu tenho visto, são prisioneiros que jamais conseguem deixar, nem se esforçam para tanto, suas cadeias.

O fortalecimento do indivíduo pelas tecnologias e o abalo das tiranias

Não é possível fechar os olhos para um fenômeno que vem ocorrendo no mundo inteiro, que é o abalo que têm sofrido as tiranias em vários lugares do globo. Por mais que elas ainda existam e onde estão sigam com suas maldades, não se pode negar que tem sido muito difícil para elas manter-se em seu hermetismo característico, agindo como se o restante do planeta ignorasse o que acontece em seus territórios.

E o que tem mais contribuído para que isso aconteça é, sem dúvida, a existência de meios tecnológicos que dão ao indivíduo um poder jamais imaginado, nem pelos maiores visionários de qualquer época. Hoje, qualquer pessoa tem acesso fácil a infinitos dados, tornando um computador caseiro uma fonte muito mais ampla de informações que as mais extensas enciclopédias. Continue Reading