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O motivo do pânico

Quer saber o que é histeria coletiva? Observe ao quê as pessoas estão reagindo com medo. É a algo que elas estão experimentando pessoalmente? É a um perigo que elas estão vendo? Ou é a algo que elas apenas imaginam que exista?

Conversei com várias pessoas que vivem em várias partes do mundo e a reação delas é a mesma: estão todas em pânico.

No entanto, o que disparou essa reação nelas não foi a doença em si, que nenhuma delas ainda presenciou, nem os números relativos à epidemia, que nenhuma delas parou para estudar.

As pessoas estão em pânico porque o ambiente em volta delas informa-as que a reação certa nesse momento é estar em pânico.

Todas elas relataram-me que estão terrificadas, pois percebem que a situação é crítica. Mas, segundo seus relatos, essa situação é crítica, não porque os hospitais estão cheios ou porque as pessoas ao redor delas estão morrendo ou contaminando-se com algo que lhes deixa terrivelmente doentes. Para elas, a situação é crítica porque o comércio está fechado, as ruas estão desertas, a mídia só fala disso, todo mundo está perdido.

Ou seja, toda a sensação de pânico está sendo gerado não pela doença, mas pelas ações das autoridades contra a doença. Não é o coronavírus que está impondo pavor nas pessoas, são os governos e os braços destes, como a mídia e a comunidade científica.

A verdade é que boa parte do mundo está catatônica, simplesmente por algo que ele apenas ouviu falar.

Arrisque-se

Neste episódio eu faço uma reflexão sobre a importância de assumir riscos.

Considerar-se morto

Na contramão dos conselhos motivacionais, que dizem que é preciso dar valor à própria vida e agarrá-la com todas as forças, como se fosse o bem mais precioso que alguém pode possuir, eu afirmo que, se quisermos viver em paz e com abundância, devemos fazer exatamente o contrário.

Tudo aquilo a que nos apegamos, tememos afastarmo-nos; o que valorizamos em demasia, receamos perder; o que temos como muito importante, inquieta-nos ser atingido. E isso tudo torna-nos frágeis na medida em que ficamos com medo de arriscar o que consideramos nossos bens; tememos expô-los. Por isso, apegar-se a vida transforma-nos em covardes.

Lembrei de uma cena da minissérie Band of Brothers, que mostra dois paraquedistas americanos que haviam acabado de descer na Normandia, no fatídico Dia D. Um deles paralisado em um buraco, sem coragem para deixá-lo e enfrentar os inimigos, recebe, ocasionalmente, a visita de outro soldado, o qual estava em pleno combate, desafiando as hostes adversárias viril e audaciosamente. Então, o soldado covarde lhe pergunta: “Como você consegue? Você não tem medo de morrer?”. E o que ele ouve explica tudo: “É que quando eu desci aqui já me considerei morto”.

Da mesma maneira que aquele bravo soldado, quem pretende viver de maneira abundante, completa, sem perder tempo com os medos que paralisam e impedem de conquistar as coisas, precisa também considerar que já morreu.

Considerar-se morto, no caso, significa ter consciência de que o que o que nos rodeia não nos pertence e de que, a morte, é iminente e inapelável; é aceitar que tudo isso aqui é passageiro e pode terminar a qualquer momento; é saber que, como um soldado na batalha, um tiro pode acabar com tudo.

Quando se tem esse entendimento tudo aquilo que parecia importante diminui e o que fica é a consciência de que não vale muito a pena proteger-se demais, resguardar-demais, evitar as circunstâncias. Se já morri, não tenho o que salvaguardar.

Ao considerar-se morto, surge então um guerreiro. Ao viver como se nada fosse uma verdadeira perda, nada mais é uma ameaça e o que passa a prevalecer é a ousadia.

Por isso, quem quiser viver precisa antes morrer.