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Um desafio aos revolucionários

É muito fácil criticar a civilização com a bunda sentada sobre as conquistas que essa mesma civilização proporciona. É cômodo colocar-se como um opositor do capitalismo, manifestando-se pelos meios super eficientes que o capitalismo criou para isso.

O pior é que quem se coloca como crítico sempre aparece como se estivesse em uma posição superior, como um juiz do mundo moderno, assumindo uma postura de quem possui as soluções para os problemas que insiste em apontar.

E, cinicamente, se manifesta, aproveitando de todas as benesses que a sociedade oferece, com todo seu luxo, seu conforto e seus instrumentos.

Por outro lado, quem se mostra satisfeito com o que existe acaba sendo tachado de inimigo da humanidade, como alguém insensível, elitista e retrógrado

Porém, é certo que não cabe a quem defende a ordem social existente, ou seja, os conservadores, o ônus de provar que ela é boa.

O fato é que todos nós vivemos sob essa ordem e, bem ou mal, é ela que tem nos sustentado. É nela que nos manifestamos, nela que progredimos, nela que construímos nossa vida. E nada disso seria possível se ela não nos oferecesse nenhum recurso que nos possibilitasse tudo isso.

Por isso, antes de tecer críticas à civilização na qual vivemos, é preciso reconhecer que ela nos tem permitido viver. Antes de achar que tudo deve ser colocado abaixo, é preciso identificar o muito que deu certo e está à nossa disposição.

Portanto, se alguém deseja substituir a civilização existente, antes de tudo, precisa mostrar, com argumentos racionais e elementos palpáveis, e não com quimeras, as razões por que ela não serve e como tudo poderia ser melhor. No entanto, isso, essas mentes revolucionárias jamais conseguem fazer.

A revolta juvenil de um hemisfério desorientado

O cristianismo deu à luz a cultura que pariu a sociedade que rejeita, como um adolescente revoltado, seus próprios pais. Foi de dentro da cultura cristã que nasceram as ideias que tentam, até hoje, e cada vez com mais afinco, mostrar que o cristianismo não foi tão importante e, pelo contrário, representa o que há de obscurantista e atrasado.

Ingrata, a sociedade ocidental tem feito de tudo para desprender-se daquele que tudo lhe deu, inclusive aliando-se a seus inimigos. Por isso, não surpreende o crescente interesse pelas culturas orientais e a permissividade que se observa em relação aqueles que declaram ódio a seu modo de vida. Quando testemunhamos, por exemplo, o esforço por proteger o Islã da acusação de terrorismo, vemos o quanto as pessoas do Ocidente têm se esforçado por preservar seu próprios algozes.

O ódio que a sociedade moderna ocidental tem ao que é cristão só pode ser explicado por um rebeldia juvenil, um desejo estúpido de autonomia que, longe de oferecer liberdade, a lança nos braços de aliciadores. Acreditando que está ganhando sua independência, na verdade está se escravizando. Foge de quem lhe protegeu para deitar-se com quem lhe quer morta.

O Ocidente, se não voltar correndo para seu próprio lar, se não abandonar esse sonho de independência, se não reconhecer que sem respeitar suas origens nada é, se submeterá aqueles que querem abertamente sua destruição. Enquanto não perceber que negar a religião que lhe forjou é o mesmo que negar sua própria identidade, o Ocidente seguirá, a passos largos, para sua extinção como sociedade como a conhecemos.

Por isso, conforme o rumo dos acontecimentos, é bem provável que não tardará para que essa sociedade transloucada perceba o erro que cometeu e clame pelo socorro de sua genitora: a religião que ela fez de tudo para ser esquecida.