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Isolamento social não é uma atitude humanitária

Não se trocam mortes por mortes. Isso não faz nenhum sentido. Porém, é o que estão nos oferecendo. Com a desculpa de tentar impedir que uns morram por causa de uma doença, estão condenando à morte, pelos mais diversos motivos, muitos outros.

Eu não preciso ser nenhum especialista, nenhuma autoridade científica, nenhum expert, para saber que o efeito colateral da paralisação social causará, no mínimo, tantas mortes quanto o vírus pode eventualmente causar.

Isso porque se o isolamento tem o objetivo de impedir que o sistema de saúde tenha de atuar de maneira precária, a paralisação tornará tudo o mais precário, inclusive o próprio sistema de saúde. E com tudo precário, muita gente vai morrer por isso, inclusive por outros problemas de saúde que não poderão ser, por causa da precariedade de tudo, devidamente tratados.

Você têm ideia quantas pessoas são salvas todos os dias por ações humanas oriundas de uma sociedade que está em pleno funcionamento? Se essa sociedade não funciona direito, certamente vai haver muitas vítimas por isso.

Se somarmos ainda outros tipos de mortes oriundas de vários outros tipos de problemas, reflexos da situação atual, não precisa nem ser muito inteligente para saber que o remédio que estão ministrando está mais para um veneno.

Portanto, desde o início, quando propuseram para você que para salvar a humanidade era preciso paralisá-la, eles mentiram. Na verdade, eles estão trocando umas mortes por muitas outras e isso não é uma atitude humanitária.

Seis razões contra a quarentena

Desde o primeiro dia que comecei a falar dessa maldita doença (algo que até eu já estou de saco cheio), fui bem claro que era absolutamente contra a paralisação social. Na minha cabeça, ela nunca foi uma opção. Independentemente dos efeitos disso, entendi, desde o princípio, que não deveríamos nem cogitar essa parada.

Mas também deixei claro que essa convicção não tinha nada a ver com eventual eficiência ou não da quarentena ou com eventuais prejuízos econômicos que a sociedade teria de arcar. Simplesmente, acho errado uma sociedade parar completamente, seja pelo que for.

No entanto, tenho alguns motivos para acrescentar, além daquele fundamental, que para mim já seria suficiente.

Eu entendo que a paralisação da sociedade está errada porque:

  • é utópica: em um país com as dimensões do Brasil e com as características demográficas, climáticas e populacionais dele, jamais será possível fazer um isolamento social minimamente efetivo. As periferias e mesmo as grandes cidades continuarão com muitas pessoas na rua, o que torna o isolamento muito menos efetivo do que se pretende (se é que ele possui alguma efetividade, realmente);
  • é hipócrita: porque as pessoas que defendem o isolamento, ao mesmo tempo exigem que muitos serviços estejam ao seu dispor. Ou seja, defendem um isolamento em que muitas pessoas precisam estar nas ruas para que sua quarentena seja suportável.
  • é impraticável: porque as pessoas não são auto-suficientes. Todos nós precisamos do tecido social funcionando para que possamos sobreviver. Se a sociedade para, nós paramos juntos. É simples. não há muito o que pensar neste ponto.
  • é duvidosa: apesar de alardearem o contrário, não há consenso científico quanto à efetividade de qualquer tipo de quarentena. Da mesma forma, não há nenhum dado que corrobore que ela funciona. Estamos ainda na fase das previsões e expectativas, ainda que vendidas como certezas absolutas.
  • é desumana: porque em troca de mortes oferece-se outras mortes, o que torna tudo sem sentido. Se há um problema sério, a solução não pode ser um problema ainda mais sério. Isso trata-se de um absurdo lógico.
  • é imoral: porque denota a covardia de uma sociedade que para se salvar não luta, mas se esconde. A covardia de uma sociedade que fica esperando a ordem dos experts para tomar suas decisões, para seguir suas vidas.

Não tenho a mínima ideia o que fazer para conter o vírus, mas sei que todas as propostas apresentadas são vergonhosas.

O perigo não é como nos venderam

Tem certos fatos que precisam ser mostrados, deixando para as pessoas tirarem suas próprias conclusões.

Por exemplo, a Inglaterra, no início dessa crise pandêmica, decidiu não fazer confinamento.

Depois, mudaram de ideia.

A base para essa mudança foi um estudo do Imperial College de Londres, que previa cerca de 500 mil mortes, apenas na Inglaterra, por causa da doença (https://www.google.com.br/amp/s/oglobo.globo.com/sociedade/estudo-que-previu-meio-milhao-de-mortes-no-reino-unido-fez-governo-mudar-de-posicao-sobre-coronavirus-24310244%3fversao=amp)

Esse estudo também foi o motivo do endurecimento das medidas a favor do confinamento nos Estados Unidos e em outros países, inclusive no Brasil.

No entanto, começaram a surgir outros estudos contestando as conclusões do Imperial College.

E, agora que praticamente todo o Ocidente tomou suas decisões baseado nesse trabalho, não é que seus autores voltam atrás e dizem que suas conclusões precisavam ser revistas?

O que era uma previsão de 500 mil mortes na Inglaterra, tornou-se menos de 20 mil. Claro, dando a razão para isso o próprio confinamento. (https://www.gov.uk/guidance/high-consequence-infectious-diseases-hcid).

No entanto, os números são muito discrepantes e, não podemos esquecer, que o Ocidente parou completamente por causa desse estudo.

E, agora, meus amigos?

Paralisação social não é uma opção

Tome bastante cuidado com as opiniões técnicas que você ouve por aí. Mesmo aquelas que dizem ser baseadas em números, ainda que tenham cálculos perfeitamente feitos, no fim das contas, são todas palpites.

A realidade é que mesmo os experts não sabem o que estão fazendo diante dessa epidemia. Não que eles não tenham seus estudos, seus conhecimentos e suas técnicas. O que eles não têm é certeza de que o que propõem alcançará algum resultado efetivo.

Isso inclui os que defendem o isolamento, os que defendem a tal de quarentena vertical e os que defendem a contaminação de rebanho e até mesmo os que são contrários a qualquer confinamento. Estão todos perplexos, trabalhando sobre os dados, sobre a aritmética envolvida, tentando conseguir os melhores resultados. Mas certeza, eles não têm de nada.

Ora, se os experts não têm certeza de nada, ninguém mais tem.

Portanto, toda defesa de qualquer ação, neste caso, baseada em eficácia ou falta de eficácia é mero chute. Estão defendendo algo por intuição, não por convicção.

Este não é o meu caso. Sabe por quê? Porque minhas razões não são técnicas; são razões exclusivamente morais, filosóficas, psicológicas e lógicas. Não estão fundamentadas em resultados, mas em princípios.

E, por princípio, falo, há mais de uma semana, que a paralisação da sociedade NUNCA FOI UMA OPÇÃO para nós. Não por questões econômicas, nem por uma conta qualquer, mas, simplesmente, por ser uma opção imoral e inviável.

O que eu quero dizer é que ainda que ela fosse eficaz, ela estaria errada (a não ser que fosse muito curta e com resultados comprovados).

Portanto, quero deixar claro: MINHAS RAZÕES CONTRA A QUARENTENA NÃO SÃO TÉCNICAS. E todos os que apresentam razões técnicas, contra ou favor, devem ser ouvidos com bastante cuidado.

Sociedade inerte, sociedade morta

As pessoas falam de economia como se ela fosse um mecanismo autônomo, frio, inumano, que se refere apenas a bens e propriedades. Então, quem se preocupa com o destino econômico do país por causa de uma paralisação que afeta quase todos os setores da cadeia produtiva e do setor de serviços é tido por elas como insensível, egoísta ou materialista. Confundem economia com dinheiro e não entendem como alguém pode se preocupar com trabalho, quando tem tanta gente morrendo.

O que os defensores da paralisação da sociedade não entendem é que economia se encontra muito além das questões materiais. Ela faz parte da própria expressão humana. Os homens vivem para produzir, para criar, para transformar. Fazer trocas, movimentar produtos, é algo inerente à vida em sociedade. Trabalhar, enfim, não é algo que se faz por opção, mas é parte fundamental da existência.

Tire do homem o trabalho e todo o resto perde o sentido para ele. Isso porque sem trabalho lhe falta não apenas o rendimento para sua subsistência, mas o motivo para levantar-se todo dia. Por isso, impedir alguém de trabalhar não é apenas uma agressão a um direito, mas uma ofensa pessoal e um ataque à dignidade do indivíduo.

A narrativa que diz que se deve primeiro salvar vidas, para depois pensar na economia, não tem sentido algum. Salvar a economia é também salvar vidas. Afinal, tanto quanto a saúde, o trabalho é indispensável para manter os homens vivos, em todos os sentidos.

Por essa razão, algumas nações não aceitaram paralisar suas economias, pois possuem uma sociedade a cuidar e elas entendem as consequência de se não fazer isso. Elas sabem que nenhuma desgraça, nenhum perigo, nenhuma ameaça justifica uma sociedade parar. Nem a morte justifica isso. Até porque uma sociedade imobilizada é uma sociedade que já morreu.