Antes de querer criticar, aprenda sobre seu objeto de crítica. Isso é uma regra básica, uma atitude óbvia. Não existe crítica sem conhecimento do criticado. É assim em qualquer área do conhecimento humano – do futebol à metafísica.

E não basta um conhecimento superficial do assunto. Quem se arroga no direito de criticar algo precisa conhecê-lo com profundidade, a ponto de poder julgá-lo com autoridade.

Criticar sem conhecer é leviandade e os jovens têm sido estimulados a ser levianos ao serem induzidos a desenvolver o chamado senso crítico sem antes conhecerem aquilo sobre o que pretendem tecer suas críticas. Pior ainda: são provocados a criticar governos, sociedade, tradições sem nem mesmo entenderem a realidade mais elementar e imediata que os cerca.

Isso é uma inversão completa da razão. Não é difícil entender que a crítica é um direito adquirido de quem conhece, de quem entende como determinada coisa funciona. Quem se arroga no direito de avaliar o que não entende não passa de um palpiteiro.

Todo nosso sistema de ensino, portanto – da pré-escola à universidade – é uma fábrica de palpiteiros. Aliás, toda nossa cultura, com sua indução ao parto prematuro de idéias, é uma geradora incansável de falastrões, que acham que podem dar opiniões sobre tudo, mas que não fazem esforço para entender qualquer coisa.