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Gatilhos Emocionais

Palavras machucam. A algumas pessoas, machucam mais. Em algumas delas, existem manifestações, chamadas de “gatilhos emocionais”, que despertam sensações ruins, pois trazem à tona más experiências do passado que estavam guardadas em seus inconscientes.

O fato é que qualquer pessoa está potencialmente sujeita aos maus sentimentos provocados pelos gatilhos emocionais. O problema surge quando esses mesmos sentimentos se transformam em arma de censura.

Por exemplo: hoje em dia, muitas crianças crescem sem a figura paterna. A referência ao pai pode ser um gatilho para elas. Qual, então, a solução que os experts do comportamento humano propõem? Deixar de falar dos pais, inclusive de comemorar o Dia dos Pais.

O problema é que esse é um buraco sem fundo e qualquer referência a qualquer coisa pode se tornar um gatilho, dependendo do trauma que a pessoa carrega. Ela pode ter sido mordida por um cachorro e falar desse animal pode lhe trazer péssimos sentimentos. O que fazer, então: proibir falar sobre os bichanos?

O fato é que quando qualquer coisa é censurável pelo simples fato de ser um potencial gatilho, o sentimento mais íntimo de cada pessoa acaba se tornando uma arma de coerção. Para impedir uma manifestação, basta sacar a carta do gatilho e pronto: o outro está cerceado no seu, até aqui, direito natural.

Quando o sentimento pessoal se torna instrumento de censura, o que há é a promoção do vitimismo. Sentir pena de si mesmo, ter-se como uma vítima das situações do passado, transforma-se numa arma de poder.

Se o vitimismo torna-se vantajoso, cada vez mais gente passa a fazer uso dele, o que faz dele uma cultura. Quando isso acontece, a sociedade, como um todo, enfraquece, pois ela é o reflexo dos seus cidadãos.

Por isso, se queremos uma sociedade forte, o que deve ser estimulado nas pessoas não é o vitimismo, através do oferecimento de direitos especiais para os traumas pessoais, mas a superação desses traumas, através do incentivo ao sucesso pessoal, seja material, físico ou espiritual.

Os gatilhos, de fato, devem ser anulados, todavia, não pela sua proibição, mas simplesmente fazendo deles ineficazes.

Retórica do Oprimido Amigo do Poder

As falas esquerdistas são sempre carregadas de vitimismo. Com iphone na mão ou andando de jatinho, expressam a dor dos perseguidos, a revolta dos desprivilegiados.

Ao mesmo tempo que posam de oprimidos, os esquerdistas tornaram-se defensores do sistema. Louvam líderes globais, promovem agendas ditadas pelos poderosos e, pasmem, acreditam piamente nas mega corporações.

Se os esquerdistas estão do lado dos grandes poderes globais não é porque deixaram de ser socialistas, mas porque esses poderes deixaram de ser liberais, tornando-se cada vez mais socialistas.

O socialismo é a cultura dominante dos nossos tempos e a univocidade dos discursos, repetindo as categorias do marxismo, é a prova disso.

Hoje, não pensar como socialista é colocar-se na contramão do sistema; é por-se do lado contrário aquilo que está se tornando regra e senso comum.

Os poderosos deste mundo impõem o discurso belo, certo e moral, os esquerdistas, estupidificados, replicam-no docilmente e os outros, que se recusam a tomar parte nesse processo, parecem malucos no meio disso tudo.

A relação da esquerda com o poder é íntima e lasciva. Ela se diz vítima, mas é apenas uma mucama satisfeita das forças financeiras e políticas do globo; rameira bem paga das potestades macabras que ditam os caminhos da humanidade.

A raiz do vitimismo

A sensação de desamparo diante da vida é um sentimento comum. Logo, todos percebemos que a maior parte daquilo que nos envolve não está sob o nosso controle. Também constatamos que nem tudo acontece de acordo com nossos investimentos, nem recebemos conforme nossos méritos.

Isso faz com que muitas situações do cotidiano pareçam ocorrer de maneira contrária aos nossos interesses, contra nossos desejos. E diante dessa constatação, muitas pessoas acabam por concluir que a vida é injusta, que ela não lhes dá as oportunidades devidas, não lhes proporciona o que lhes é merecido e não lhes oferece as chances de acordo com seus esforços.

Disso para sentirem-se vítimas é um passo. Quando a pessoa acredita que a vida não está lhe dando aquilo que ela merece ou que está favorecendo outros enquanto ela é preterida, agir como um injustiçado é uma consequência óbvia.

E esse vitimismo, obviamente, torna a pessoa mais fraca, incapaz de responder aos desafios que as circunstâncias impõem.

O fato é que a vida não é injusta. Na verdade, ela não é justa tampouco. A vida é simplesmente indiferente a você, a mim e a todo o resto. Ela não é um senhor sentado em um trono, distribuindo as recompensas pelos méritos e deméritos. Nem sequer se pode personificar a vida a ponto de querer impor sobre ela qualquer atitude de justiça ou injustiça, pois estas só podem ser praticadas por alguém – e a vida não é ninguém.

Se, portanto, ela não nos recompensa, nem nos pune; se ela segue seu curso independentemente de nós, então há apenas uma atitude inteligente: não esperarmos nada da vida. Se ela não se importa conosco, não há porque nos importarmos com ela.

Isso não é escapismo, nem negação. É apenas uma perspectiva mais sábia diante do descaso por parte da existência. Em vez de nos sentirmos vítimas de alguma injustiça cósmica; em vez de nos vermos como órfãos diante de um mundo mau, melhor é mandarmos qualquer expectativa em relação à vida às favas, assumirmos as rédeas da nossa existência e seguirmos adiante.

Isso não significa que teremos o controle de tudo, nem que conseguiremos traçar o nosso destino. Porém, saberemos que o que acontecer ou deixar de acontecer conosco se dará por decisão nossa, por circunstâncias que envolvem nossa caminhada, por sorte ou azar nosso, como consequência de acertos ou erros nossos.

Assim, afastamos toda vitimização de nossa perspectiva e assumimos que, se há um responsável por nossa vida, somos nós mesmos – para o bem e para o mal.

A droga do vitimismo

O vitimismo tem se tornado a droga do nosso tempo. Isso porque as pessoas têm se agarrado a ele como viciados que não podem viver sem experimentar seu poder anestésico e sedutor.

Como todo droga, ser vítima faz a pessoa se sentir viva porque, pela mentalidade dominante, quem não é vítima é como se não tivesse uma história, como se sua existência fosse inútil. Quem não tem uma história, não tem vida. Assim colocar-se como vítima permite que a pessoa sinta-se, de alguma maneira, especial, reconhecida pelos outros e parte de seu mundo.

Isso é viciante, sem dúvida. Afinal, em um mundo onde parece que somos cada vez mais desprezíveis e irrelevantes, encontrar algo que nos faça especiais é irresistível.

O vitimismo também, como toda droga, cria seus grupos sociais. Assim, ele separa aqueles que são reconhecidos como legítimos representantes de seu círculo – os oprimidos – dos párias que, não raramente, são colocados na posição de opressores e automaticamente vistos como inimigos a ser combatidos.

O vitimismo, portanto, tornou-se a droga aceita e estimulada dos nossos dias. Por isso, quem quer ser bem visto, aceito e até louvado logo busca algo que lhe coloque na posição de vítima. Assim, sabe que terá seu lugar reservado junto à hipocrisia de seus pares.

Eles só querem direitos

Preta raraMilitantes, em sua maioria, sequer percebem que o são. Defendem a ideologia por mero senso comum. Apenas repetem aquilo que lhes parece mais acertado, e o certo, que já lhes foi inculcado, são aquelas idéias politicamente corretas que permeiam o imaginário de todos eles. Suas expressões e ações são tão automatizadas que sequer percebem a incoerência do que dizem, ainda que o conflito ocorra em uma frase em sequência da outra.

Este foi o caso de uma moça, que se diz rapper, de codinome Preta Rara, mas que foi por algum tempo empregada doméstica. Hoje, ela faz campanha nas redes sociais, dizendo defender a classe a qual pertencia. Só que, em um programa matinal de televisão, mostrou que o mais importante para ela não é bem defender algo coerente, mas apenas fazer militância cega e burra. Continue Reading