Nem toda leitura é proveitosa. Há livros inúteis, livros ruins, livros que são perda de tempo e até livros prejudiciais. Não é porque alguém decidiu escrever umas palavras, mandou imprimi-las, fez uma capa bonita para envolvê-las e colocou-as em circulação que, por causa disso, esse material está automaticamente habilitado para ser consumido. Nem tudo o que é escrito merece ser lido.
Mesmo eu sendo um fomentador de cultura e um estimulador da leitura, não sou daqueles que acreditam que, independentemente de qualquer coisa, o que importa é ler. Não acho que qualquer coisa lida é melhor do que não ter lido nada. O tempo tem seu valor, e desperdiçá-lo com o que nada tem a acrescentar não é correto.
São esses que, quando vêem uma pessoa com algum livro na mão, mesmo que seja um daqueles de autoajuda bem toscos, ou aqueles romances mal escritos de banca de jornal, ou aqueles esotéricos cheios de clichês e frases feitas, acham isso lindo. Em um país que quase ninguém lê, carregar um livro, mesmo um completamente inútil, já é sinal de inteligência.
Há tantos livros já publicados, e tantos outros ainda a ser, que, mesmo que sejamos leitores vorazes, conseguiremos ler apenas uma fração ínfima deles. Sendo assim, sermos judiciosos é imperioso.Se vamos ler, de todos, uns poucos, ler os ruins é burrice.
Selecionar é fundamental. Afinal, não lemos por nada. Pelo contrário, a leitura de um livro pressupõe uma busca, a procura por algo que ainda não temos. Seja uma informação, um conhecimento, uma inspiração, um conselho, algo que deixe sua alma mais leve, mais rica, que lhe faça mais inteligente – abrimos um livro porque acreditamos que ele nos dará algo.
Lemos um livro para nos tornarmos mais sábios, mais fortes, mais motivados, mais felizes, mais espiritualizados. Lemos um livro não apenas para consumir suas palavras, mas para absorver suas idéias. E que estas sejam as melhores; as que nos transformem; as que nos tornem superiores; as que realmente alimentem nossa alma.
Os livros são uma coisa maravilhosa! Talvez, a invenção mais importante da humanidade. Por isso, não podem ser desperdiçados. Não podem ser algo só para preencher o tempo.
As escolhas dos livros devem ser criteriosas. Afinal, ler é bom – aliás, ler é essencial. Porém, essas leituras precisam ser selecionadas para realmente fazerem a diferença em nossa vida.