O “America First”, de Donald Trump, em termos econômicos, nada mais é do que a possibilidade de oferecer ao país uma posição de negociação semelhante a qualquer empresa comercial.

Explico: toda empresa que entra em uma mesa de negociações busca seus próprios interesses. O objetivo é conseguir, para si, as melhores condições, que lhe deem os maiores ganhos e que lhe possibilitem os menores custos.

Nisso, obviamente, é necessário ceder em alguns pontos, já que do outro lado encontra-se outra empresa com os mesmos objetivos e buscando as mesmas vantagens.

Ainda assim, nesses acertos comerciais, invariavelmente, todas as partes saem satisfeitas. Acreditam que cederam até onde era possível e ganharam o que lhes era permitido, conforme as circunstâncias.

Em geopolítica, porém, evita-se aplicar essa mesma maneira de negociação. Como forma de teoricamente equilibrar o jogo, permitindo que países mais pobres possam participar das negociações em condições de igualdade, criou-se a ideia de que as negociações devem ter como objetivo não os próprios interesses das nações, mas a busca de um equilíbrio que, de alguma maneira, promova a justiça entre os povos.

O resultado dessa visão acabou sendo o desfavorecimento das nações mais ricas, sem, necessariamente, favorecer as mais pobres. Quem ganha, de fato, nesse jogo, são os países mais espertos, como a China, com seu comunismo de Estado e semi-escravidão de seus trabalhadores, que aproveita a impossibilidade dos países ocidentais de impor seus interesses, para levar vantagem.

Que cada país busque seus próprios interesses é um princípio que foi desprezado veementemente pelos globalistas e espacialistas em relações internacionais. E agora que Trump promete resgatar isso para os Estados Unidos, boa parte do mundo fica em polvorosa.