Eu não tenho nenhuma dúvida que o cristianismo representa o que há de mais alto em termos de pensamento e intelectualidade. Nem poderia ser diferente, pois se trata de algo que se dispõe a explicar a realidade de maneira bastante abrangente. E aquilo que ele não explica diretamente, cuida de se relacionar diretamente, porquanto nada foge de seu interesse. Do que há de mais superior às manifestações mais rasteiras, tudo pode ser visto sob a ótica cristã e por ela será interpretado.

Um cristão, portanto, longe de ser uma pessoa encerrada em um mundo próprio, presa ao seu próprio paradigma, é alguém que se dispõe a entender tudo ou, pelo menos, se interessar por tudo. O mais paradoxal disso, é que o que se ensina nas comunidades cristãs, muitas vezes, se mostra exatamente o contrário dessa realidade. Não raro, o interesse abrangente é visto como vã especulação e quem se dispõe a tentar entender as coisas acaba tido por inconseqüente.

De fato, muitos cristãos não compreendem a profundidade de sua própria fé e não entendem a abrangência de sua revelação. Costumam tratar algo que é universal como um clube de escolhidos e uma mensagem que trata de uma realidade inabarcável como um livrinho de regras direcionado para um grupo restrito de pessoas.

Nisso, acabam por diminuir a própria religião que professam, tentando torná-la uma mera manifestação sectária e dirigida. Graças a Deus, o cristianismo supera em muito seus próprios seguidores.