hipnoseMuitas técnicas psicológicas foram desenvolvidas no século XX. Muitas já haviam sido descobertas antes, mas, sem dúvida, foi no século passado que elas receberam a atenção metódica que permitiu o aprofundamento em seu conhecimento e consequente disseminação de seu uso. A hipnose é uma delas e hoje é usada de maneira abrangente, tanto para fins clínicos, como para outros não tão beneficentes.

Com o uso abrangente dessa técnica, mais impressionante do que o resultado que é possível obter sobre o cérebro humano, mais especificamente sobre o inconsciente, fato que chega a assustar as pessoas que ainda veem a hipnose como um tipo de magia, encantamento e até possessão, é a completa falta de estudos sobre as consequências mais a longo prazo do uso indiscriminado da hipnose, além da ausência de reflexões sérias e profundas, em nível filosófico, moral e religioso sobre o uso dessa técnica.

Na verdade, as pessoas estão assistindo o uso da hipnose um tanto assustadas e deslumbradas, até se maravilhando com o que tem se mostrado ser possível fazer com ela, mas ao mesmo tempo parece que ninguém consegue parar para refletir sobre o que ela é e, mais ainda, sobre o significado mais sério de seu uso e de como ele pode afetar a vida das pessoas.

Os próprios cristãos, que teriam um interesse imediato de entender o que está acontecendo e de determinar a licitude e conveniência do uso da hipnose, mesmo para fins clínicos, parece que estão paralisados diante dessa realidade, não sabendo bem do que se trata, nem de como analisá-la.

Isso mostra claramente a inexistência de filósofos e pensadores cristãos mais profundos, que se debrucem sobre as questões do nosso tempo e nos ajudem a compreender melhor o que está acontecendo.

Nos meios religiosos há uma profusão de teólogos, sim, que buscam desvendar os meandros da palavra e têm a hermenêutica como a suma ciência. O que faltam porém são pessoas que reflitam os problemas atuais, à luz da verdade, e que deem uma luz para uma plêiade de cristãos perdidos diante dos desafios atuais.

Aliás, esta é a função do filósofo: meditar sobre questões que ainda parecem muito confusas para os homens comuns, antecipando-as e destrinchando-as, como forma de abrir caminho para o entendimento delas.