Há algumas décadas, os jovens têm sido ensinados que a concepção de mundo de seus pais e antepassados é retrógrada, constituindo-se um estilo de vida pernicioso, que compromete o futuro da humanidade.

Aprenderam que eles são a esperança do sociedade, os responsáveis por livrá-la dos modelos preconceituosos e arcaicos que prevaleceram até aqui.

Sob essa missão, tornaram-se acusadores, censores, repreensores e juízes dos mais velhos e de suas ideias, sem o albergue de qualquer religião ou filosofia, mas de uma ideologia mundana e materialista.

Insuflados por uma nova moralidade, transformaram-se em fanáticos, agindo como puritanos seculares, prontos a condenar todos aqueles que não se dobram aos decálogos modernos.

Da minha parte, diferente de outros da minha idade, prefiro não me dobrar às exigências dessa trupe profana. Até porque eu sei que o mundo desenhado para ela é sem graça, tedioso e previsível – de tudo o que, há muito tempo, decidi me afastar.