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Razão e método na pedagogia

Posted on 09/11/201510/03/2019 by Fabio Blanco

Todo bom professor é, de alguma maneira, corrosivo. Sem o intuito de carcomer os vícios que se impregnam na alma discípula, sem querer consumir os empecilhos naturais que atravancam o conhecimento, não se faz verdadeira pedagogia. Esta clama por alguém que não se satisfaz com o que está, mas que possui a ânsia por mexer com o que existe dentro do aprendiz. Há o interesse pela matéria e o amor pelos alunos, mas o que move um verdadeiro mestre é sua paixão pela transformação humana, por ver que o indivíduo não é mais o mesmo depois de sua atuação.

Não acredito, portanto, em pedagogos que são meros mediadores entre os fatos brutos e a mente vazia. Nem que esta pode, por si mesma, desabrochar. Isso é ligar o nada a lugar nenhum. Apenas aprende quem já possui algo em si mesmo. Só compreende quem tem os fundamentos para isso. Se não houver, tudo o que for absorvido se tornará um amontoado de ideias, sem método, sem ordem, sem sentido.

E esses elementos fundamentais não são imanentes. Não que o homem seja uma tábula rasa, mas o que sabe naturalmente é insuficiente para, por si só, concatenar os dados que se lhe apresentam. O estado humano bruto não oferece as condições para que uma cultura tão complexa seja apreendida e entendida.

É preciso, portanto, lançar as bases, preparar o terreno para que se possa edificar a mentalidade capaz de decifrar os significados por detrás da multidão de informações que se lhe apresentam. Este é o papel do professor, esta é sua missão.

Mas isso não se faz apenas pela informação. Não é assim que o ser humano se forma. Uma pedagogia eficiente se dá, de fato, por duas vias, que se completam e se encontram: o professor lançando os alicerces, ao apresentar sua compreensão da realidade, e mostrando o caminho tomado para atingir o seu intento. Tudo, afinal, é uma questão de razão e método e exemplo! Isso é o que basta para estremecer o espírito educando.

Por isso, não acredito em apostilas, em grades curriculares, nem em cadeiras. Não que não tenham alguma utilidade, mas são insuficientes para um ensinamento profundo. Eu apenas acredito no acompanhamento, pelo aluno, de seu mestre. É testemunhando sua atuação, é entendendo como ele faz, é absorvendo sua experiência e conhecimento que se forma, na alma humana, o ambiente propício para uma vida intelectual.

O resto é apenas informação; e isso qualquer pedaço de papel é capaz de fornecer.

Publicado originalmente no Núcleo de Estudos Cristãos

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