Existe frustração, mesmo em meio ao sucesso material, porque a verdadeira satisfação dificilmente reside nas conquistas em si mesmas, mas na convicção de que o que está sendo realizado realmente tem sentido.

Quando somos jovens o sucesso material tem mais importância, pois serve como autenticador de nossa posição social, fornecendo aquela segurança que todo jovem procura. Conforme vamos ficando mais velhos, porém, o significado começa a tomar seu lugar de primazia e a ser o fator determinante de nossa felicidade.

As conquistas materiais podem ser convenientes, úteis e até ajudar na busca de valores superiores. No entanto, elas passam e o que passa não pode ser chamado de duradouro. O significado, porém, sempre reside no duradouro.

E, com o tempo, percebemos que esse significado nunca reside nas conquistas materiais em si mesmas. Para alguns, pode até estar no status e conforto que elas proporcionam, mas, ainda assim, só de maneira muito frágil. O verdadeiro sentido apenas vai ser encontrado naquilo que nos transcende, naquilo que nos leva para além de nós mesmos. Está além do corpo, que sofre com a corrupção. Está, com efeito, na inteligência, no espírito.

Por isso, a perseguição do que é relativo à inteligência não é apenas uma expressão vocacional, um exercício do talento. Também não é mera atividade exercida como fruto do gosto. O que se refere à inteligência liga-se ao que permanece, ao que supera à matéria, aquilo que sobrevive à experiência terrena.

É por essa razão que a vida da inteligência tem mais sentido. Ela não está encarcerada no mundo presente, nem no tempo presente, mas ousa lançar-se à eternidade. E nada pode ter mais sentido do que algo que segue a eternidade.