Tag: Mentalidade Revolucionária

O Revolucionário é um Conservador

A idéia que se tem de um revolucionário é de uma pessoa livre e desimpedida, que não tem apego a nada e que acredita que o que existe pode ser mudado todo o tempo. Para ele, não existiria o sagrado, as tradições não mereceriam ser preservadas e a própria realidade estaria em constante mutação. Sua missão, portanto, consistiria em livrar-nos do peso do passado, em derrubar os ídolos que nos oprimem.

No entanto, ao analisarmos mais profundamente, vamos observar que essa liberdade, desapego e altruísmo do revolucionário não passam de vínculo e interesse.

Quem tudo muda não pode chegar a lugar algum e o revolucionário, ao mesmo tempo que destrói o que não gosta, faz um grande esforço para preservar suas próprias convicções. Ele não quer acabar com tudo, apenas com aquilo que não lhe agrada.

O revolucionário, se quer que seu mundo ideal, pelo qual ele tanto luta, realmente um dia aconteça, precisa manter-se fiel aos planos traçados por seus idealizadores. Sendo assim, ele acaba, diante de sua própria ideologia e de sua utopia, agindo da maneira mais conservadora possível.

Um plano revolucionário continua sendo um plano. Ele possui metas e processos que precisam ser respeitados. Exige fidelidade e proteção. Por isso, quem o deseja precisa ser, em relação ele, um conservador, lutando para preservá-lo diante daqueles que querem impedi-lo ou desvirtuá-lo.

Portanto, não se enganem: o revolucionário não é um mero destruidor; ele quer erigir outra coisa no lugar do que destrói; quer por abaixo o mundo presente, só para impor, da maneira mais rígida possível, o mundo perfeito que existe apenas na sua cabeça.

O revolucionário é um iconoclasta, mas somente dos ídolos alheios. Os seus mantêm-se perfeitamente de pé e continuam a ser adorados por ele.

O espanto com as contradições revolucionárias

Consigo identificar em que estágio a pessoa está em relação à compreensão da mentalidade revolucionária por sua reação diante do modus operandi dos esquerdistas. Quando ela ainda se espanta com as incongruências e contradições deles, isto é sinal que ainda não entendeu como a luta política funciona para essa gente.

Para alguém com uma ideologia, os fatos realmente não importam. O que importa, de verdade, é a luta. Sequer o objetivo tem muito valor. O que tem importância mesmo é manter o movimento vivo, manter o sentimento de estar fazendo algo. O que vale, de fato, é a ação.

Todas as palavras e idéias lançadas têm o único objetivo de fomentar a luta e sustentar o espírito do grupo. Não há um compromisso de fidelidade com a realidade, nem a necessidade de que tudo possua coerência. Pelo contrário, na cabeça revolucionária, a lógica é uma limitadora das possibilidades do movimento. Prender-se à coerência é impedir muitas alternativas de ação.

Quem ainda não entendeu essa forma de atuação dos esquerdistas se assusta com a quantidade de contradições encontradas em seu discurso e não se conforma como algo tão incoerente pode manter-se atuante e com tanta força.

Quem, porém, já passou da fase do espanto e compreendeu que esse ilogismo faz parte mesmo do método revolucionário, não se surpreende com as loucuras dos socialistas. Pelo contrário, ao tomar consciência que as coisas são assim mesmo, já não se preocupa em convencê-los, mas em desmascará-los.

A virtude dos novos revolucionários

Os novos revolucionários, formados por uma massa de jovens maltrapilhos, se bem que por livre espontânea vontade, já que, em sua maioria, não têm problemas financeiros que os impeçam de comprar as melhores roupas de grife, são mais perigosos que os antigos, pelos simples fato de não se verem como revolucionários, mas como a própria representação da virtude.

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Aprendendo a olhar para o passado

Homem olhando catedralNão tenho nada contra quem pensa em construir algo, em colaborar para o que acha ser um mundo melhor. E apesar de desconfiar que quem queira melhorar o mundo sempre acaba piorando-o, é até aceitável a pessoa acreditar que mudanças precisam ser feitas, afinal, o mundo não é perfeito.

O problema é que esses visionários, normalmente, não se contentam em colaborar para o aperfeiçoamento das coisas, mas querem mudar tudo, impondo sobre os outros aquilo que acreditam ser o melhor para a humanidade. Continue Reading