Não se deve ceder às minorias organizadas

Em lutas políticas, principalmente naquelas que servem para reivindicar direitos específicos, de grupos minoritários, já se aprendeu que a obtenção de pequenas vitórias é capaz de causar um efeito devastador em favor da derrubada dos empecilhos que impedem o alcance dos objetivos mais amplos desses movimentos.

É por isso que eles costumam demandar imensos esforços para obter conquistas que parecem minúcias diante de todo o desejado. Aceitam, muitas vezes, abrir mão de reivindicações maiores, em favor de ganhos aparentemente pequenos, porque sabem que estes têm uma força de contaminação muito forte, empurrando o movimento para futuras vitórias maiores.

Foi assim quando, após algumas derrotas, um grupo americano em favor dos direitos gays, depois de se deparar com imensas dificuldades para terem atendidas suas solicitações contra o que diziam ser direitos homossexuais, passaram, em 1972, a lutar por algo que, em princípio, parecia bem mais modesto: a mera reclassificação, na Biblioteca do Congresso, da categoria sexual, que era tida como um distúrbio, para uma outra específica, sem aquela conotação.

E quando conseguiram o que pediram, o resultado disso foi impressionante, fazendo uma verdadeira revolução na vida política americana, abrindo o caminho para diversas outras conquistas que, até hoje, estão colocando a sociedade americana de cabeça para baixo.

Por isso, quem se coloca na batalha política, mesmo aqueles que são meros analistas, deve entender que não há concessões possíveis quando se pensa em disputas com grupos minoritários. Muitas vezes, após a pressão que estes impõem, muitos de seus adversários costumam permitir que obtenham pequenas vitórias, acreditando que, assim, aplacarão o anseio que têm por mais conquistas.

Ledo engano! Uma pequena concessão, que, aparentemente, pode parecer uma forma de acalmar os ânimos, na verdade serve apenas como pólvora para que, logo em seguida, outros direitos comecem a ser reivindicados e, consequentemente, outras conquistas sejam alcançadas.

Essas pequenas vitórias são o estopim que gera nos grupos organizados um acesso de confiança que lhes permite seguir com suas reivindicações com ainda mais ânimo e voracidade.

Quem os enfrenta, portanto, deve saber que quando eles cedem, aceitando conquistas menores, mas, que são, ainda, conquistas, de qualquer maneira, longe de estarem dando parcial razão aos seus adversários, na verdade estão oferecendo para seus militantes o alimento necessário para que se tornem ainda mais fervorosos em sua luta.

Por isso, não há concessão possível! Toda vez que avançarem em suas lutas, por mais ínfima que pareça a conquista, é bom saber que mais forte se tornam. Portanto, a única forma de enfrentá-los é com o implacável objetivo de não ceder-lhes um palmo de território sequer.