A esquizofrenia que toma conta da “classe pensante” brasileira é de assustar. Seu comprometimento com a ideologia que lhe sutenta é tal, que não consegue perceber as mais flagrantes incoerências. Fala como se estivesse dizendo a coisa mais lógica do mundo, quando, simplesmente, tropeça em suas própria língua.

Diversos componentes da inteligentzia tupiniquim, que nos idos de Collor de Mello gritaram, a plenos pulmões, pela derrubada do presidente roxo, agora não podem ouvir ninguém sequer cogitando o impeachment da atual mandatária para espernearem berrando: “Isso é golpe! Isso é golpe!”.

Li, em algum lugar, que um grupo de rock antigo, que ainda anda tocando por aí, pediu para o público parar de gritar o hit do momento, “Fora Dilma!“, porque isso feria a democracia.

Quer dizer que pedir a saída de um presidente que, no mínimo, se beneficiou enormemente da corrupção de seu partido é contra a democracia? Quer dizer, então, que o que esses intelectuais de merda fizeram no passado foi um golpe?

Agindo assim, esses beneficiários da Lei Rouanet apenas confirmam o que todos já estão percebendo: que a liberdade que eles defendem é a liberdade deles mesmos se darem bem.