Quem defende uma ideia deveria sempre assumir a responsabilidade por ela, confessando que a defende por interesse próprio. Quando usa os outros para avalizar sua próprias opiniões, neste caso, está apenas agindo como um covarde.

Todo discurso coletivista é assim. Quem o profere, como não tem coragem de confessar que o que deseja mesmo é que todo mundo seja controlado e perca suas liberdades, usa o bem comum como refúgio para sua sanha autoritária. Diz defender os outros, mas está defendendo mesmo é o seu próprio impulso despótico.

Para isso, a sociedade, a humanidade, os pobres, as famílias da vítimas, os mortos, os doentes – ou seja, todo tipo de abstração de referência coletiva – são instrumentalizados em favor dos anseios ditatoriais daqueles que se apresentam como seus defensores.

Com essa postura, o portador do discurso coletivista protege-se de qualquer ataque. A partir do momento que diz falar em favor do bem comum, qualquer ato seu está justificado. Ele não assume responsabilidade alguma. E se algo der errado, pode defender-se dizendo que foi apenas um porta-voz da vontade geral.

No fundo, falar em nome da coletividade é apenas uma forma de impor os próprios desejos e convicções, sem o risco de ser culpabilizado por eles. Mais ainda, é uma maneira eficaz de fazer com que os discordantes fiquem constrangidos, por se colocarem contra aquilo que seria o melhor para todos.

Quer ver como isso funciona? Então, levante sua voz contra o discurso coletivista e experimente toda a fúria daqueles que se dizem cheios de amor pelo mundo.