O movimento progressista, desde sempre, enfatizou a mudança. Apesar de conter uma promessa de futuro melhor, como isso deveria se dar nunca ficou muito claro. Por outro lado, sempre houve um objetivo bem definido para eles, que é a destruição do status quo. Seja por que motivo fosse, transformar a ordem vigente fez parte do discurso e da determinação desse grupo.

Há, no progressista, mais do que um desejo por dias melhores. Há, de fato, a necessidade do novo. O rompimento é, na verdade, a única proposta; a negação do presente, o único método. Ele se movimenta em direção a um futuro incerto, mas segue para lá altaneiramente. Isso porque seus olhos, ao contrário do que diz, não estão voltados para a frente, mas para trás. Sua obsessão é pelo que deve ser destruído, pelo que deve ser quebrado. O que virá? Bom, nem ele sabe.

O presente, para o progressista, é um inferno tedioso. Ele não consegue ver nele nada que o estimule positivamente. A manutenção da vida, a preservação da ordem, a norma estabelecida, são todas manifestações que oprimem sua pobre alma, que é vazia de sentido e que precisa movimentar-se, ainda que seja para não-sei-onde.

Por isso, todo movimento de esquerda pauta-se pela ação. Tudo precisa estar em constante movimento, tudo precisa seguir ininterruptamente, mesmo que seja em direção ao abismo. A própria alcunha progressista indica o que pretendem. Como acreditam que o novo é sempre melhor e que tudo precisa ser mudado, o progresso torna-se sinônimo de valor e, assim, vivem em marcha, rumo ao desconhecido.

Por isso, conservadorismo, para eles, é uma expressão negativa. Para quem tem a alma entristecida, para quem só existe o vazio existencial, manter as coisas como são significa perpetuar a própria miséria. Assim, alimentam o ódio a qualquer coisa que simbolize o mundo presente, a vida como ela é. Por isso, a destruição é o seu lema, a negação o seu meio.

A obsessão pela mudança, na alma dos progressistas, é mais do que uma convicção. É meramente o reflexo de um coração vazio, de uma vida sem sentido. E como a ação, o movimento, a marcha aparentemente preenchem essa lacuna, eles jamais param. Por isso, suas promessas nunca se cumprem. Por isso, seu paraíso jamais se realiza. Se, um dia, o Éden socialista se cumprisse, eles mesmos seriam os primeiros a propor uma nova revolução.