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O espanto com as contradições revolucionárias

Consigo identificar em que estágio a pessoa está em relação à compreensão da mentalidade revolucionária por sua reação diante do modus operandi dos esquerdistas. Quando ela ainda se espanta com as incongruências e contradições deles, isto é sinal que ainda não entendeu como a luta política funciona para essa gente.

Para alguém com uma ideologia, os fatos realmente não importam. O que importa, de verdade, é a luta. Sequer o objetivo tem muito valor. O que tem importância mesmo é manter o movimento vivo, manter o sentimento de estar fazendo algo. O que vale, de fato, é a ação.

Todas as palavras e idéias lançadas têm o único objetivo de fomentar a luta e sustentar o espírito do grupo. Não há um compromisso de fidelidade com a realidade, nem a necessidade de que tudo possua coerência. Pelo contrário, na cabeça revolucionária, a lógica é uma limitadora das possibilidades do movimento. Prender-se à coerência é impedir muitas alternativas de ação.

Quem ainda não entendeu essa forma de atuação dos esquerdistas se assusta com a quantidade de contradições encontradas em seu discurso e não se conforma como algo tão incoerente pode manter-se atuante e com tanta força.

Quem, porém, já passou da fase do espanto e compreendeu que esse ilogismo faz parte mesmo do método revolucionário, não se surpreende com as loucuras dos socialistas. Pelo contrário, ao tomar consciência que as coisas são assim mesmo, já não se preocupa em convencê-los, mas em desmascará-los.

A razão de eu ter sido esquerdista na juventude

Em minha juventude, nos tempos de escola e universidade, desde que decidi começar a ler livros, tive acesso apenas a autores de mentalidade progressista. Rousseau, Maquiavel, Marx, Russell, Nietzsche e outros assemelhados era o máximo que meu interesse podia abarcar. Na verdade, era até onde meu conhecimento chegava.

Li-os com voracidade, certo de que estava alcançando o que de mais alto havia em termos de pensamento humano. Não digo que, muitas vezes, não estranhava-os, com suas ideias heteredoxas que não encontravam morada natural em meu espírito. Porém, pensava eu, se aqueles eram os representantes máximos do pensamento, então o que eles diziam deveria estar correto. Bastava um esforço, de minha parte, para compreendê-los e aceitá-los.

De certa forma, essa minha ignorância podia ser explicada pela realidade do mundo acadêmico que eu vivia. Naquele ambiente, apenas autores progressistas existiam. Nem mesmo as bibliotecas abriam espaço para ideias diferentes daquelas que já estavam consagradas como as representantes do pensamento universal. E, para mim, o que havia dentro daquelas paredes representava tudo. Em minha cabeça juvenil, se meus próprios professores tinham aqueles pensadores como os verdadeiros representantes da inteligência, se existia algo fora daquela realidade certamente não tinha importância.

Além do mais, aqueles autores que eram lidos e indicados por todos, a todo tempo, em uma retroalimentação das mesmas formas de pensar. Não que não houvesse discussões e divergências, mas estas se restringiam apenas dentro de um mesmo espectro de conhecimento. Naquele tempo, eu nem lembro de ter ouvido falar de pensadores conversadores. Talvez, en passant, mas no máximo como exemplos de ideias extravagantes e irrelevantes.

Na cabeça de um garoto, mal saído da adolescência, se as instituições onde eu aprendia não consideravam certos tipos de pensamentos é porque eles deveriam ser tidos como se inexistentes. Não eram cogitados nem mesmo como possibilidades. Não eram sequer contestados, afinal, não se contesta o que não existe.

Dentro desse ambiente, convenhamos, não havia outra opção senão ser esquerdista. Isso não significa que eu me tornara um militante partidário, mas era quase impossível não ser, pelo menos, uma entusiasta e promotor das bandeiras da esquerda.

O que ocorreu comigo é o exemplo do motivo do pensamento esquerdista ser quase uma unanimidade dentro das escolas e faculdades brasileiras. Enquanto a pessoa comum vive sua natureza, e a natureza tende a ser conservadora, o homem que pretende as letras encaminha-se para superá-la, em favor de uma vida baseada na razão. E quando a razão é alimentada apenas por uma forma enviesada de entender a realidade, então é esta que ela vai assumir.

O universitário brasileiro costuma ser esquerdistas simplesmente porque naquilo que lhe é oferecido não existe contrapontos. O mundo das letras e do pretenso conhecimento que está disponível para ele não passa de uma bolha, onde só estão aqueles autores e livros que fortalecem a ideologia que lhes apraz.

Diante dessa realidade, apenas o acaso, a sorte ou um insight raro podem conduzi-lo para algo além daquilo que lhe foi imposto. Em dias de internet, isso passou a ser até mais provável. No entanto, em meus tempos de garoto, as possibilidades disso ocorrer eram bem pequenas.

Marcas da ideologia na percepção

Comunista idiotaA ideologia é mais do que um visão distorcida da vida. Ela afeta diretamente a própria percepção da realidade. A pessoa embebida dela não consegue mais perceber que algumas sensações, percepções e sentimentos simplesmente existem, e não há nada o que se possa fazer quanto a isso.

O problema é que o ideólogo se acostumou a acreditar que o ser humano pode mudar tudo. Aliás, essa é a própria essência de seu pensamento e missão. Ele entende que não há nada permanente e que todas as coisas são fluidas e estão disponíveis para serem alteradas, conforme a vontade do revolucionário.

E isso se impregna de tal forma na mentalidade do militante que mesmo um pastor cristão, que deveria ter como fundamento de seus raciocínios a convicção de que muitas coisas são como são, pois é esta mesma a base da fé, escorrega nessa maneira distorcida de ver a vida. Continue Reading

A libertação da ditadura do grotesco

Ontem tivemos o estranho privilégio de ouvir, em um mesmo dia, o pronunciamento de dois presidentes do Brasil. Mais cedo, escutamos a presidente impedida, que, na verdade, deveria estar interditada, falando como uma candidata à vereadora na Câmara Municipal de Parari, atropelando as ideias, desrespeitando as normas, não da linguagem culta, mas mesmo da coloquial, se comunicando, não com a sociedade brasileira, mas apenas com sua militância, e que nos fez ver ali a síntese de sua própria alma mesquinha e rasa.

Mais tarde, quem discursou foi o atual presidente, Michel Temer, que, claramente bem preparado para o momento, nos brindou com um linguajar polidíssimo, com o uso de expressões e formas que a última década quase nos fez esquecer que eram passíveis de serem usadas por um presidente da República, além de se dirigir claramente à totalidade da nação, tentando passar uma ideia de recomeço e união.

A comparação entre os dois pronunciamentos me fez refletir o quanto os treze anos de PT no governo nos conduziu para uma relação degenerada com as coisas.

A ideologia dos petistas destila um ódio evidente contra tudo o que parece superior. Seja o correto uso da língua portuguesa, a valorização dos modos e da beleza, o respeito às tradições – tudo isso é ignorado, quando não repugnado, por eles. Durante esse tempo que permaneceram no Planalto, o que vimos mais crescer no Brasil foram a degradação da moral, a ruína dos bons costumes, a valorização do grotesco, o louvor do obsceno, o desprezo completo à ordem e a harmonia, o vilipêndio à formosura.

Por trás de tudo isso esteve o governo e seus milhares de comissionados e financiados promovendo, em todos os cantos do país, uma ideologia que valorizou apenas os sentimentos mais baixos, com a exaltação da ignorância, da feiúra e da imoralidade.

O problema é que passada mais de uma década praticamente apenas ouvindo a oratória governista, chegou um momento que as pessoas pareciam não mais perceber o quanto de baixeza e aviltamento estava contido em todas aquelas manifestações. Por mais que percebessem que havia algo de errado, já não era possível identificar o problema, pois os governos de Lula e Dilma monopolizaram a linguagem, a estética e a moral, de tal maneira, que quase não sobrou espaço para outras formas de expressão, senão aquela que lembrava conversas de bar, pagodes na laje e reuniões de DCE.

Quando, porém, como que por um passe de mágica, o nevoeiro se dissipou, e tivemos a oportunidade de ouvir um homem culto falando como presidente da República, parece que nossa sensibilidade, que estava entorpecida por anos de envilecimento, se aguçou, e pudemos perceber como estávamos envolvidos em um ambiente corrompido, em todos os sentidos.

É impressionante como os petistas exaltam o que é feio. Pablo Capilé, Jandira Feghalhi, Eurenice Guerra, Graça Foster são modelos da feiúra petista. Mas, não se enganem, a fealdade deles não é apenas o azar de não terem sido beneficiados pela natureza. Eu, que tenho uma esposa que trabalha com a beleza feminina, sei, muito bem, o que um bom corte de cabelo, uma maquiagem, uma roupa bem escolhida e, principalmente, a boa vontade podem fazer para transformar o feio em, no mínimo, agradável.

A feiúra petista, portanto, não é um azar, mas uma escolha. São feios porque querem, porque isso lhes identifica. São feios porque a exaltação da feiura está já impregnada em suas almas. Assim escolhem, como forma de mostrar que não estão preocupados com as convenções e as tradições burguesas. E, pior, impõem sobre todos essa visão corrompida da realidade.

Por isso, de tudo o que o afastamento do PT nos liberta – da corrupção, da má gestão, da política ruim, o mais importante, eu não tenho dúvidas, é da ditadura do grotesco.

Quando a beleza e a virtude agridem

img_1524O rancor em relação à norma é a característica mais marcante dos movimentos revolucionários. Está em sua gênese o ódio a tudo o que represente a realidade como ela é, sem artificialidades, nem transformações extremas. A vida, como ela se apresenta, é uma afronta para a mentalidade rebelde, que, de tão insatisfeita consigo mesma, busca refúgio na ilusão, na utopia, em um mundo que existe somente em sua cabeça.

O revolucionário se debate contra tudo o que é natural. Seus raciocínios estão sempre em conflito com a realidade. Eles não aceitam o mundo como é, as idéias como se apresentam, a sociedade como foi construída. Por isso, o revolucionário quer a tudo destruir e começar uma nova civilização desde o nada. Continue Reading

A velha sanha despótica da esquerda

Só acha estranho a forma como os esquerdistas agem, a saber, ignorando completamente a vontade popular, quem não conhece a origem de sua forma de pensar. Toda a esquerda é herdeira de uma ideologia que entende que os homens não estão aptos para se auto-determinarem. Segundo o pensamento de esquerda, a sociedade precisa ser planificada, controlada, direcionada. Por isso, são contra o livre-mercado, por isso exigem que o Estado se intrometa até nos detalhes mínimos da vida pessoal de seus cidadãos. Os esquerdistas realmente acreditam que precisam impor sua visão de mundo, salvando a sociedade dela mesma. Por isso, nunca haverá libertação, pois eles não creem que os homens podem dirigir a si mesmos. Por isso, serão sempre déspotas, sempre ditadores. Agora, soma-se tudo isso com a degeneração mental que possuem, e vejam a merda onde nos metemos.

O raciocínio do militante

O raciocínio de alguém embevecido pela ideologia não se dá por meio da lógica ordinária, que é fundamentada nos dados da realidade percebida. Esse tipo de pessoa apenas sabe pensar com base nos pressupostos que aprendeu e tudo o que foge disso está, de fato, fora de seu mundo, inclusive de sua percepção. Chesterton comparou esse tipo de pessoa a um louco, que raciocina de forma circular, segundo aquilo que ele acredita ser real. Por isso, o debate com um militante ideológico é um exercício absurdamente desgastante, senão mesmo absolutamente inócuo. Não adianta querer convencer o louco que o mundo é como é, pois, para ele, o mundo é como ele acha, apenas. E o que ele acha não tem nada a ver com o que o restante da humanidade vê. Ainda que a realidade grite em seus ouvidos, as vozes que ouve são aquelas mesmas que confirmam suas ideias. Com gente assim não se discute. Isso é perigoso! Gente assim apenas deve ser exposta, para que o mundo perceba sua inanidade e se guarde de sua loucura.

Para o esquerdista a culpa é sempre do outro

Colocar a culpa dos males sociais no sistema é uma retórica herdada dos utopistas, mas que caiu como uma luva para justificar as canalhices praticadas pelos novos socialistas. Eles aprontam de tudo: roubam, fraudam, corrompem, mentem e matam e depois, quando pegos, quando sua atuação maligna é descoberta, dizem que o sistema precisa ser mudado, que deve haver reformas estruturais e que é preciso criar leis para impedir o crime. Ou seja: fazem o diabo e depois culpam o capeta. Só cai nessa conversa quem é muito ingênuo e não percebe que as esquerdas jamais assumem seus erros. Fazem o inferno na terra, mas, no final, sempre arrumam um bode para assumir seus próprios pecados.

Todas as utopias são anticristãs

As utopias antigas acreditavam que o homem poderia ser reconduzido a um estado de perfeição, principalmente por meio de correções no que era identificado de falhas no sistema existente. Este foi o seu erro fatal. Por isso, considero-as, sem exceção, anticristãs. Simplesmente porque elas abrem mão de um dado essencial da revelação evangélica: de que todos somos seres decaídos e continuaremos sendo até que haja a redenção das almas. Portanto, não há leis, nem estruturas sociais, nem formas de governo que possam mudar isso. Não há utopia que possa transformar em realidade uma mentira. Este mundo não é perfeito e continuará não sendo. Nenhuma mudança nas estruturas sociais mudará isso. Não existe mais paraíso nesta terra.

Militante com cara de bom não torna a ideologia melhor

Quando eu digo que tenho certa dificuldade de me filiar a algum grupo, isso não significa que não me identifico com nenhum. Pelo contrário, eu sei bem de que lado estou. As pessoas que fazem parte do grupo são uma coisa, as ideias que promovem são outra. Não é certo confundi-las, portanto. As ideias são independentes. Elas sobrevivem aos seus pregadores. Quando eu analiso um grupo, antes de tudo, verifico quais são suas ideias, para apenas depois confirmar se elas coadunam com a realidade e com a própria prática de seus defensores. Por exemplo, antes de ter o comunismo como algo nefasto pelo que ele causou no mundo, o tenho assim pelas próprias ideias que ele propugna. Quem não sabe separar as ideias de seus defensores nunca vai conseguir entender com o que está efetivamente tratando. É por isso que muita gente abraça ideologias destrutivas, porque é seduzida não pela ideias, mas pelo que acredita ser o bom caráter de seus militantes.