O método científico é uma forma de dar segurança à pesquisa, fazendo com que se alcance um grau de certeza pretensamente suficiente, a ponto dos resultados poderem ser compartilhados.

Portanto, o método científico não é um fim em si mesmo. Ele é um instrumento usado para determinado fim.

No entanto, há momentos que mais importante do que a segurança é a eficiência.

É o caso da necessidade de uma cura para uma doença que esteja causando muitas mortes. Se ela está se espalhando rapidamente e precisa ser contida, clama-se por algo que possa fazer isso imediatamente.

Neste caso, é necessário abrir-se um pouco mão da segurança para ter-se a eficiência.

No caso da ciência médica, o protocolo de segurança existe principalmente para não prejudicar o paciente, causando-lhe danos desnecessários. Porém, se é certo que o paciente vai morrer antes da implantação do protocolo de segurança, manter este já não tem mais nenhum sentido.

Por isso, quando cientistas levantam-se contra a aplicação da hidroxicloroquina nos casos de coronavírus, porque isso vai contra os melhores métodos científicos, simplesmente estão tornando o método como fim e não como instrumento, como deveria ser.

Se a aplicação desse remédio tem a chance de salvar os pacientes, melhor administrá-lo já. Querer salvar o moribundo impedindo de aplicar a única esperança de curá-lo não tem nenhum sentido.