Há os professores de ofício, que cumprem seus papéis, são responsáveis, gostam do que fazem e que até dão boas aulas. O mundo precisa deles. Se a maioria dos profissionais da educação fosse assim praticamente todos os problemas na área estariam resolvidos.

Mas existe um grupo ainda mais seleto, representado por algumas joias de dentro do universo da pedagogia, que não se satisfaz por oferecer aulas satisfatórias, mas esforçam-se – e conseguem – torná-las altamente desejáveis. Esse grupo é composto pelos professores por vocação. 

A qualidade das aulas de um professor vocacionado não está relacionada com o contra-cheque que recebe, nem com o ambiente acadêmico onde está inserido. Sequer ela é afetada pelo seu humor. Isso porque, para um professor por vocação, a ministração da aula é seu momento de redenção. Ali – ainda que temporariamente – seus problemas, seus anseios, suas frustrações e seus medos são deixados de lado. Importa o conhecimento a ser transmitido, o assunto a ser compartilhado.

Um educador que possui o chamado vai além do papel meramente burocrático, de quem se detém a cumprir um currículo pré-determinando, despejando mecanicamente conteúdos sobre sua audiência . Ele é um apaixonado, não apenas pelo assunto que conhece – muitos estudiosos afeiçoam-se aos temas que estudam, sem se tornarem, com isso, mestres -, mas pelo desejo intenso de repartir o conhecimento que possui e conduzir seus instruídos a uma compreensão penetrante do tema abordado.

O verdadeiro pedagogo não persegue o louvor. Sua realização dá-se mais com a absorção, pelo estudante, do que lhe foi entregue, do que com o elogio que possa receber por isso. Seu maior prazer é ver os primeiros passos desacompanhados daqueles que aprenderam com ele. Sua alegria é observar que seu aprendiz superou o mestre. E esta felicidade permanece, ainda que o próprio aluno não reconheça os méritos do seu professor.