A falta de policiais nas ruas do Espírito Santo grita sobre a nossa dependência em relação ao Estado. Todo o nosso sistema jurídico, social e econômico está montado para deixar-nos completamente à mercê das forças estatais. Tanto que basta termos algum tipo de crise entre os órgãos do governo para, imediatamente, sentirmos falta da atuação pública diretamente em nossa vida.

Claro que isso não significa que o Estado é realmente fundamental. Pelo contrário, ele é o problema. Na verdade, a maioria das dificuldades sociais que enfrentamos são causados pelo excesso de ingerência estatal que, com a alegação de resolver nossas demandas, acaba, de fato, criando muitos transtornos que soluções.

Para quem ainda não percebeu, o que acontece com a sociedade é o seguinte: o Estado toma conta de tudo, impede os particulares de atuarem livremente em diversas esferas, exige burocraticamente sua presença em várias áreas da vida comum e acaba com isso tornando-os completamente dependentes de sua presença e ação.

O problema é que apesar dessa pretensão totalitária, de assumir e invadir quase todos os aspectos da vida dos indivíduos, o Estado é um monstrengo gordo e lento que não tem a mínima capacidade de resolver as demandas das pessoas. Então, em sua voracidade intrometida, atrapalha muito mais que ajuda, impedindo possíveis soluções que os particulares pudessem apresentar para gerenciar as questões sociais.

Então, quando, como no Espírito Santo, ele entra em colapso, abandona aqueles que raptou e deixa-os à mercê dos problemas oriundos de sua atuação burra e ineficiente.

É nesse momento que transparece o quanto a população deixou-se dominar, sem perceber que o Estado era incapacitado de protegê-la. Agora que isso ficou claro, o que resta é, obviamente, o caos.