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Fascistas e Nazistas

Uma opinião política é perceptivelmente dada sem qualquer noção da realidade quando usa das expressões ‘fascista’ e ‘nazista’ para acusar os grupos políticos de direita. Isso porque essas expressões não descrevem a direita, mas apenas serve para identificá-la, sem qualquer relação verdadeira, com algo odioso.

Talvez aja um outro motivo um pouco mais trivial nessa acusação: esconder aquilo que os próprios acusadores são e sua relação com aquelas ideologias. A direita, que é acusada de fascista, nada tem de tal. Por outro lado, a esquerda, possui diversas propostas e concepções que se identificam imediatamente com o fascismo e com o nazismo.

O lema essencial do fascismo era “Tudo pelo Estado; nada fora do Estado; nada contra o Estado”. Para ele, o Estado deveria agir como um grande Leviatã, comandando tudo, dirigindo tudo, cuidando de tudo, tornando os cidadãos como meros seus vassalos. Quem vai negar que é a esquerda que suscita esse tipo de veneração do Estado? Afinal, é exatamente ela que trabalha para o seu fortalecimento e discorda daqueles que pretendem diminuir sua atuação e influência.

Outro ponto dos fascismo, e que é comum ao nazismo, é o desprezo à liberdade individual, muito caracterizado pelo desarmamento universal. Inclusive, uma das primeiras providências do governo nazista foi desarmar toda a população civil. Todos sabemos que são os esquerdistas que militam pelo desarmamento civil. Porém, não pensem que eles fazem isso por uma preocupação com a violência social, fato que eles sabem que não tem relação com o armamento das pessoas comuns e não criminosas. Os esquerdistas, na verdade, não suportam ver o indivíduo cuidando de sua própria vida, de sua família e de sua propriedade, porque, pela eles, quem tem que ter o monopólio da violência é o Estado.

A última característica que eu gostaria de pontuar é a relação, principalmente dos nazistas, com os judeus. Os nazistas odiavam judeus. Por outro lado, fizeram acordos e alianças com os grupos muçulmanos. Entre a esquerda e direita, hoje, todos sabem, quem tem boa relação com os judeus são exatamente estes, enquanto aqueles até militam abertamente contra Israel. Atualmente, quem assumiu a aliança com os palestinos foram os esquerdistas, que não cansam de condenar a existência do país israelense, num mal disfarçado antissemitismo.

Apontando tudo isso, não estou afirmando que fascismo e nazismo são de esquerda, menos ainda de direita. No entanto, está mais do que demonstrado que, observadas objetivamente as propostas e as ideias, não há nenhuma dúvida que as da esquerda são muito mais assemelhadas àquelas promovidas pelas condenáveis ideologias do século passado.

Donald Trump e o New Deal de Franklin Roosevelt

O analista político Alexandre Borges detectou diversas semelhanças entre o discurso de posse do presidente Donald Trump e a retórica do New Deal, de Franklin Rossevelt.

De fato, elas existem! A convocação do povo, a colocação do país como uma força superior, o alvoroço nacionalista e todas essas coisas que lembram bastante a proposta do ex-presidente americano estiveram presentes em sua fala.

No entanto, é preciso fazer duas ressalvas:

Primeiro, os tempos são outros! Roosevelt assumiu no período entreguerras, quando o fascismo era um tipo novo de visão política e ainda não desmoralizado, como ficou após o fim dos conflitos. Pelo contrário, o fascismo, apesar de não ter sido assumido por todos, se apresentava como um modelo plausível, uma nova esperança após a Grande Depressão e os efeitos da Primeira Guerra. O fascismo não causava o rechaçamento de hoje, nem era um símbolo de autoritarismo malévolo, se tornando, inclusive, uma forma de xingamento, como o é agora.

Assim, dificilmente Trump teria espaço para implementar um programa fascista, pois não teria, obviamente, o apoio dos democratas e, muito menos, dos próprios republicanos. Não há lastro político para isso. A perspectiva política atual não o permite.

Segundo, as propostas de campanha de Donald Trump, principalmente no campo econômico, são liberais o bastante para afastar qualquer semelhança com o New Deal. É que, diferente da simbiose estatal-corporativista do New Deal, Trump promete mais liberdade econômica interna e rebaixamento da intervenção estatal no mercado, inclusive com diminuição de impostos. Enquanto Rossevelt colocou o Estado como a maior empresa americana, o novo presidente promete tirar o governo, o máximo possível, do mercado. Rossevelt quis criar empregos por meio das obras públicas e do dirigismo econômico, Trump fala em deixar as empresas moverem o mercado livremente.

Diante disso, apesar das aparências, não me parece que há porque se preocupar demais com uma guinada fascista no governo de Donald Trump. Na verdade, se ele cumprir suas promessas de campanha, a semelhança com o proto-fascismo rooseveltiano não passará de uma semelhança estética e não fará mal nenhum à sociedade americana.

Fascismo, o espelho do esquerdismo

Na boca dos militantes, a expressão já não possui qualquer relação com os fatos históricos, menos ainda com as concepções que o próprio fascismo tinha, mas tornou-se meramente um xingamento. Na cabeça do esquerdista, fascista não é quem defende uma doutrina específica, mas quem se coloca contra o progressismo, o politicamente correto e as ideias caras aos socialistas. Até porque, basta ler sobre o fascismo para saber que suas concepções, se se assemelham a um dos espectros políticos, é evidente que é com a própria esquerda. Afinal, no fascismo, entre outras características, é que o Estado é autoritário e onipresente, o mercado é regulado, o planejamento centralizado e a política uma espécie de religião.

Todas essas características são idênticas ao que os esquerdistas praticam e defendem. Pois, todo mundo sabe, que as bandeiras da Direita são o exato oposto de tudo isso: Estado mínimo, mercado livre, concorrência e ceticismo político.

Ao chamar, portanto, um direitista de fascista, o esquerdista não apenas erra, mas comete a maior das canalhices: que é apontar no outro aquilo que é o seu próprio pecado. Por essas e outras que o que ele fala não deve ser considerado por ninguém. Isso porque quando não erra mente, quando não mente, finge e quando não finge projeta no outro os seus próprios crimes.

Fascismo de Esquerda

Fascismo de esquerda

O livro Fascismo de Esquerda, de Jonah Goldberg, é, sem dúvida alguma, um dos mais importante trabalhos sobre política dos últimos tempos. O autor, em uma demonstração de profundo conhecimento da história americana do século XX, traz, diante dos nossos olhos, a verdadeira face do progressismo nos Estados Unidos, sem as máscaras e fantasias que ele costuma se apresentar para o público.

É notório que, no imaginário da maioria das pessoas, o fascismo é visto como um fenômeno de direita. Tanto ele como o nazismo são tidos como representantes de uma manifestação reacionária, que tem na esquerda sua antagonista. Goldberg, porém, desmonta esse mito com maestria, demonstrando, com um material farto em referências históricas, como o fascismo é um movimento que não apenas possui similaridades com os projetos de esquerda, mas foi promovido por verdadeiros personagens esquerdistas.

Não há como negar que Franklin Roosevelt tem muito mais a ver com Mussolini do que Reagan jamais poderia sonhar, nem que os projetos dos progressistas eram muito parecidos, em seus princípios e objetivos, com os dos fascistas das primeiras décadas do século passado. E, partindo desse ponto, o autor faz um trabalho de iconoclastia, colocando no chão os ídolos esquerdistas americanos, demonstrando como suas ideias estavam, e continuam a estar, lado a lado com muitas das ideias de Hitler e Mussolini.

Se alguém não acredita nisso, leia o livro e comprove. Não é possível sair dele ainda crendo que a esquerda é um movimento cheio de boas intenções e que são os conservadores o verdadeiro perigo.

Fascismo de esquerda é daqueles livros que muda a cabeça das pessoas. A minha não mudou tanto, pois a admiração que eu tinha pelos esquerdistas morrera há muitos anos. Porém, se esse livro cair nas mãos de alguém que ainda tem alguma ilusão quanto à pureza dos projetos socialistas, certamente ele causará um forte impacto em suas ideias.

Totalitarismo, ataque à liberdade, estatismo, coletivismo e tantos outros meios de impor sobre o cidadão o peso de um Estado autoritário sempre foram obras de políticos de esquerda. Foram eles que sempre diminuíram o indivíduo à mera partícula da sociedade. Assim, se o fascismo puder ser caracterizado pelo governo autoritário e pela diminuição da liberdade individual em favor de uma sociedade orgânica, comunitária e planificada, Jonah Goldberg conclui, com toda razão, que essas características sempre fizeram parte dos sonhos progressistas na América. Portanto, se há um fascismo, ele só pode vir da esquerda americana.