Autor: Fabio Blanco

Psicologia: a mesma técnica que cura, destrói

Pode não parecer, mas sou apaixonado por Psicologia. Acho que ela é, realmente, um dos maiores avanços de nosso século. O problema é que a mesma técnica que ajuda o indivíduo a livrar-se de traumas e crises é também usada para manipulá-lo. Na verdade, o que se tem descoberto nessa área é algo muito poderoso e como tudo que contém muito poder, pode ser usado para o bem ou para o mal. Quando eu aponto que a Psicologia é a arma preferida dos globalistas, não estou fazendo uma crítica à ciência, mas apontando um fato. E tal realidade não impede que ela também seja usada para muitas coisas positivas. Tudo isso, de qualquer forma, não apaga a beleza dos estudos psicológicos, que são fascinantes, intrigantes e reveladores.

Psicologia: uma arma da Nova Ordem Mundial

Psicólogos, quando me ouvem falando isso, costumam ter chiliques incontroláveis. No entanto é a mais pura verdade. A Psicologia foi a maior arma que os pretensos dominadores do mundo obtiveram para alcançar os seus intentos. Principalmente, quando ela deixou sua pretensão científica original, com Wundt, e atravessou o Oceano, da Europa para a América, e começou a desenvolver-se de uma maneira mais pragmática. Já não importavam mais os conteúdos da consciência, mas os resultados. E os aportes financeiros dados para os institutos de pesquisa foram imensos. E qual foi o objetivo? Exatamente descobrir como as pessoas reagem quando expostas a determinadas situações. Os resultados foram impressionantes e os bancos de dados foram se enchendo. Em princípio, tudo era feito no plano individual, mas, para começarem a criar métodos para provocar reações em massa foi um desenvolvimento óbvio. E os macacos de laboratório estão aí, disponíveis, aos montes, sentados em seus sofás, com controle remoto da tv nas mãos, os olhos grudados na tela e o cérebro entorpecido.

A manipulação já é descarada. Só não vê quem não quer

Tem gente que não acredita em manipulação social. No entanto, os documentos que a provam são tão abundantes, a existência dos institutos de estudo são tão conhecidos e o que observamos é tão evidente, que apenas alguém muito apartado da realidade pode negar o que está ocorrendo. Na verdade, o mundo entrou em uma coalisão de elementos, a saber, o desenvolvimento de técnicas psicológicas, o desenvolvimento de tecnologias, a massificação da sociedade e o interesse de bilionários globalistas, que tornou essa manipulação plenamente possível. E o pior é que a coisa está ficando tão descarada, que nem sutileza se exige mais dos manipuladores. Estão fazendo engenharia social na nossa cara e a maioria de nós nem percebe.

Mudanças sociais rápidas. Estamos sendo manipulados.

Vocês já repararam como algumas mudanças na mentalidade da sociedade estão ocorrendo de uma maneira rápida demais? O que, há pouco tempo, era tido por impensável, tornou-se discutível e logo aceitável. Isso, de qualquer maneira, não ocorre, nessa velocidade, de uma maneira natural. É evidente que há alguma manipulação por detrás disso. As mudanças sociais significativas deveriam demorar décadas, até séculos, e acontecerem de forma progressiva e quase imperceptível. Normalmente, elas ocorrem com as mudanças de gerações e, mesmo assim, bem sutilmente. Mas hoje, não! Uma mesma geração está experimentando alterações tão profundas em seu modo de pensar que, obviamente, não é natural. Estamos sendo manipulados. Só não vê quem não quer.

A engenharia mental é a arma do nosso tempo

O homem moderno se vê distante da própria realidade que ele vive, sente e vê. As formas de pensar do nosso tempo estão lançando ele para dentro de seu próprio pensamento, fazendo com que ele acredite que apenas ali existe uma verdade, uma realidade propriamente dita. Não é à toa que o que mais vemos por aí é a negação do óbvio, a insistência em afirmar que aquilo que é evidente não é bem da forma como todo o mundo enxerga que é. Uma sociedade composta por pessoas assim acaba sendo um vasto laboratório disponível para todo tipo de experiência de engenharia mental. Se cada um acredita, principalmente, naquilo que está dentro de sua própria cachola e não no que está diante de seu nariz, para quê perder tempo tentando mudar a realidade, é muito mais eficaz mudar as cabeças. Ora, para quem quer dominar o mundo, o melhor caminho deixou de ser a imposição bélica, a demonstração de força física. Ficou muito claro que o negócio mesmo é mudar as mentes. E a vantagem é que como as pessoas estão acreditando apenas naquilo que está dentro delas, toda manipulação que sofrerem será imperceptível. E é isso que estão fazendo há décadas.

 

A herança futura: a incomunicabilidade entre o mundo, a mente e Deus

Os teólogos antigos entendiam que a realidade que testemunhavam era indiscutível. No entanto, compreendiam que entre aquilo que viam e a verdade superior havia, como nos palavras de Tomás de Aquino, muitos véus que precisavam ser dissipados. Hoje, a coisa ficou muito pior. Entre o mundo e o transcendente não há mais uma mera névoa, mas uma separação de fato. O pensador moderno vê Deus (quando acredita nele) muito distante, completamente separado de sua própria existência. Já não há mais contato possível. Atualmente, a dificuldade se deslocou da relação com a divindade para a relação com a própria realidade. É entre a mente e ela que passou a existir os véus. E já estamos chegando no tempo que mesmo entre estes se consolidará a separação extrema. Vamos ver, ainda, o mundo dividido em três compartimentos incomunicáveis: o mundo, a mente e Deus.

A realidade é um detalhe, acreditam

O mundo, principalmente a partir do século XVIII, passou a ser um mundo de ilusões, de mentiras, que passou a privilegiar as ideias, não a realidade. Foi ali que começaram as filosofias personalistas, que refletiam as loucuras de seus portadores. Foi ali que as utopias proliferaram e o socialismo, como conhecido hoje, passou a tomar forma. Não por acaso, foi o século que se abriu ao ocultismo e valorizou o esoterismo. E de lá até aqui a coisa só se desenvolveu. Hoje, a realidade é apenas um detalhe. Vivemos o tempo da propaganda, do psicologismo, do subjetivismo e, por isso, a dificuldade tão imensa que as pessoas têm de compreender verdades triviais. Entre a mente e a realidade formou-se uma névoa densa, e poucos conseguem dissipá-la.

Seria tão fácil entender a Direita, mas quem quer estudar?

É impressionante como aqui, no Brasil, impregnou-se, no pensamento popular, mas também nas cabeças mais intelectualizadas, uma ideia completamente estereotipada da Direita. Ninguém consegue fazer uma análise simples e verificar quais são as bandeiras defendidas pelo direitismo histórico, que inclui conservadores, liberais e até alguns libertários. Hoje, mesmo aqueles que não se identificam com a esquerda não conseguem entender o que é verdadeiramente um pensamento de Direita. Sem dúvida, isso é fruto da hegemonia cultural esquerdista, implantada por aqui durante muitos anos. Ainda que a hegemonia política comece a dar sinais de seu fim, ainda que a hegemonia na mídia comece a sofrer as primeiras contrariedades, há algo ainda mais profundo que parece não sofreu um arranhão sequer, que são os lugares-comuns plantados na mentalidade brasileira e que fincaram raízes, de tal forma, que mesmo agora que a realidade mostra sua face, não conseguem se extirpados. Ainda que, no mundo inteiro, ser de Direita signifique ser a favor de um Estado menor, a favor das liberdades, a favor do livre-mercado, a favor dos direitos individuais etc., por aqui se firmou a pecha de que é exatamente o contrário. Direitistas são trogloditas totalitários que militam contra os direitos dos cidadãos. Vamos ainda precisar de muitos anos para começar a ensinar essa gente a verdade como ela é. Se bem que, bastava ler alguns livros para isso. Mas, como se diz, a preguiça mata!

 

A direita da Dra. Janaína

Essa confusão entre as ideias e as pessoas acaba gerando erros de avaliação, estigmatizando um lado ou beatificando o outro. Percebi isso, claramente, na resposta que a dra. Janaina Paschoal (que, aliás, teve uma participação muito coerente e muito esclarecedora no programa Roda Viva, juntamente com Helio Bicudo, que tratava sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma) deu a um jornalista, quando indagada sobre em qual vertente política ela se encaixaria. A advogada, após titubear um pouco, deu uma resposta mais ou menos nesta linha: que não se enxergava de esquerda porque via que as ideias esquerdistas estavam erradas, mas também não se via de direita porque, segundo ela, os direitistas costumam ser a favor de abusos aos direitos humanos e preconceitos. Você percebe o erro de avaliação aqui? Quando ela julga a direita, não faz isso baseada nas ideias da direita, mas no estereótipo dos direitistas criado dentro da cabeça dela. Em nenhum momento ela aponta o que a direita defende, de fato, como a redução do Estado, a defesa da família, o apoio à livre iniciativa. Se atém, apenas, no que ela acha que os ditos direitistas fazem e aí está seu erro. Mesmo pessoas inteligentes estão sujeitas a se confundir dessa maneira. Julgando as ideias com base nas pessoas elas, muitas vezes, rejeitam o que é bom e acolhem o que é mau. Por isso, repito, é preciso conhecer, antes, as ideias e compreendê-las. Só assim é possível fazer um julgamento coerente.

Militante com cara de bom não torna a ideologia melhor

Quando eu digo que tenho certa dificuldade de me filiar a algum grupo, isso não significa que não me identifico com nenhum. Pelo contrário, eu sei bem de que lado estou. As pessoas que fazem parte do grupo são uma coisa, as ideias que promovem são outra. Não é certo confundi-las, portanto. As ideias são independentes. Elas sobrevivem aos seus pregadores. Quando eu analiso um grupo, antes de tudo, verifico quais são suas ideias, para apenas depois confirmar se elas coadunam com a realidade e com a própria prática de seus defensores. Por exemplo, antes de ter o comunismo como algo nefasto pelo que ele causou no mundo, o tenho assim pelas próprias ideias que ele propugna. Quem não sabe separar as ideias de seus defensores nunca vai conseguir entender com o que está efetivamente tratando. É por isso que muita gente abraça ideologias destrutivas, porque é seduzida não pela ideias, mas pelo que acredita ser o bom caráter de seus militantes.